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Dólar cai com otimismo sobre reforma da Previdência

Bolsa recupera nível dos 98 mil pontos, seguindo movimento de alta no exterior

17 jun 2019 - 11h40
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O dólar começou a semana em queda em meio a otimismo com a reforma da Previdência e um viés de baixa da moeda americana no exterior. Nos primeiros negócios, a cotação chegou a subir pontualmente acima dos R$ 3,90, em resposta a novos ruídos políticos no governo Bolsonaro com o pedido de demissão do presidente do BNDES, Joaquim Levy, segundo um operador de câmbio.

Às 11h, a moeda era cotada a R$ 3,8841, com queda de 0,38%. No mesmo horário, o Ibovespa tinha leve alta, de 0,05%, chegando aos 98.089,27 pontos.

O índice da B3 retomou o nível dos 98 mil pontos, acompanhando o movimento de alta nas Bolsas de Nova York depois de um período inicial de instabilidade.

Para Raphael Figueredo, Eleven Financial Research, há uma fraqueza no mercado em uma semana de feriado que se reflete em cautela aguardando novos capítulos da agenda econômica. "O Ibovespa mostrará sinais de bipolaridade hoje, com os investidores mais cautelosos sobre as próximas discussões a respeito da reforma da Previdência", disse.

Investidores estão na expectativa pelas decisões de juros do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ambos na próxima quarta-feira, 19, mesmo dia em que o ministro da Justiça, Sergio Moro, irá a audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para falar sobre o vazamento de supostos diálogos seus quando era juiz com procuradores da operação Lava Jato.

As chances de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic esta semana aumentaram, embora a estimativa majoritária ainda seja de manutenção da taxa em 6,50% ao ano. Para o Fed, as apostas majoritárias são também de sinalização de corte da taxa dos Fed Funds para as próximas reuniões.

Na sexta-feira passada, o dólar acelerou à tarde, após declarações duras do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, sobre o parecer da reforma da Previdência apresentado na Comissão Especial da Câmara. Em conversa com jornalistas no Rio, Guedes disse que, com seu parecer, o relator da previdência, deputado Samuel Moreira, cedeu ao "lobby dos servidores públicos" com alteração das regras de transição.

Em vez dos R$ 913,4 bilhões que constam no relatório de Moreira, Guedes calcula que a economia em dez anos será de R$ 860 bilhões, o que inviabiliza a transição para o regime de capitalização. O ministro também criticou o aumento de alíquotas da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) sobre bancos e a possibilidade de que os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) deixem de ser repassados ao BNDES e passem a engordar os cofres da Previdência.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), respondeu às críticas."É triste ver um ministro que sabe do nosso esforço criar uma crise. Mas não vamos entrar nessa usina de crises que é o atual governo, e infelizmente o ministro Paulo Guedes passa a ser um ator dessas crises", disse. "O ministro da Economia sempre foi o bombeiro (de situações de crise), agora o bombeiro é o Parlamento", afirmou.

Ficam no radar também, antes do feriado de quinta-feira, os destaques que podem ser apresentados ao texto da reforma da Previdência.

Estadão
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