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Dólar cai ante rivais e emergentes, mas sobe ante iene, com mercado em risk-on

3 jun 2020 - 17h53
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Com o apetite por risco em alta nos mercados financeiros, devido ao otimismo dos investidores com a retomada econômica pós-coronavírus, o dólar recuou ante outras divisas fortes e também em relação às emergentes.

No fim da tarde em Nova York, o euro avançava a US$ 1,1255, a libra subia a US$ 1,2594 e o dólar registrava alta a 108,92 ienes, o que também mostra apetite por risco, já que a moeda japonesa é considerada um ativo de refúgio. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais, registrou queda de 0,41%, a 97,276 pontos.

Dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos impulsionaram o bom humor do mercado hoje e reforçaram a percepção dos investidores de que haverá uma recuperação econômica rápida com o fim das quarentenas. Em maio, o setor privado americano cortou 2,76 milhões de empregos, segundo a ADP, mas a estimativa era de perda de 8,75 milhões de vagas no período.

"O dólar tem caído acentuadamente nesta semana, à medida que o apetite por risco melhorou", comenta a diretora de estratégias de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien. "A debandada para o risco atropela o dólar", diz o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union, na mesma linha. Para o especialista, o mercado deposita suas esperanças em uma retomada do crescimento global no próximo ano.

O euro, por outro lado, tem se beneficiado do modo risk-on do mercado. "A evasão generalizada do dólar, juntamente com as expectativas de o BCE fornecer outra dose ousada de estímulo à economia, ajudou a mudar o rumo da moeda única", afirma Manimbo. O Banco Central Europeu divulga amanhã a decisão de política monetária.

"A recente correlação entre ações e o euro tem sido muito forte", diz Kathy Lien. A analista também ressalta que indicadores da zona do euro tem mostrado sinais de recuperação da economia.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar caía a 21,7344 pesos mexicanos, a 67,0165 pesos argentinos e a 16,9162 rands sul-africanos, no final da tarde em Nova York.

Na visão da analista Simona Gambarini, da Capital Economics, a recuperação dos preços do petróleo tem impulsionado moedas de países emergentes e ligados a commodities. Para ela, essa tendência deve continuar. Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), no entanto, as remessas para países emergente podem recuar entre 20% e 30% neste ano, com os impactos da pandemia de covid-19.

Estadão
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