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Dólar cai no último pregão do ano, mas sobe 16,94% ante real em 2018

28 dez 2018 - 10h42
(atualizado às 17h09)
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O dólar terminou o último pregão do ano em queda e abaixo de 3,90 reais, mas fechou dezembro e 2018 em alta, sob influência principalmente do mercado internacional, que deve seguir impactando os negócios no início de 2019 em meio às preocupações com o desfecho da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Notas de real e dólar em casa de câmbio, no Rio de Janeiro
10/09/2015
REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de real e dólar em casa de câmbio, no Rio de Janeiro 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O dólar recuou 0,48 por cento, a 3,8757 reais na venda nesta sexta-feira, encerrando dezembro em alta de 0,52 por cento. Em novembro, a moeda havia subido 3,58 por cento.

No ano, o dólar ficou 16,94 por cento mais caro ante o real. Foi o segundo ano seguido de elevação: em 2017, a moeda havia avançado 1,99 por cento.

Na mínima desta sexta-feira, a moeda foi a 3,8306 reais e, na máxima, a 3,8964 reais. O dólar futuro rondava a estabilidade.

"A expectativa do mercado em relação ao governo Bolsonaro segue positiva... se o exterior deixar, há espaço para o dólar se acomodar mais para baixo", avaliou o economista-chefe do UBS Brasil e ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon.

O exterior foi uma das principais razões a pressionar a alta do dólar ante o real, diante das preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e seus impactos sobre o crescimento econômico mundial.

Indicadores recentes mostraram arrefecimento na China e os dados dos EUA também começam a indicar alguma indecisão, o que pode levar o banco central norte-americano a ser ainda mais dovish na sua ação do que foi em sua retórica no último encontro de política monetária deste ano.

Na ocasião, o Fed reduziu a duas, de três, o número de altas de juros em 2019, mas o mercado espera que a autoridade possa reduzir esse número ou até mesmo nem subir os juros no ano que inicia na próxima semana.

Esse também é um dos assuntos no foco do mercado em 2019, enquanto que, do lado doméstico, os trabalhos do novo governo também estão na mira e podem ajudar o câmbio a se acomodar num patamar mais baixo.

Nesta sexta-feira, declarações do vice-presidente eleito, General Mourão, ajudaram nesse sentido. Em entrevista a dois jornais, ele defendeu o aproveitamento da proposta de reforma da Previdência que já tramita no Congresso pelo governo Jair Bolsonaro, a fim de que a medida seja aprovada pelo parlamento ainda no primeiro semestre de 2019. Também defendeu que a proposta seja aprovada de uma única vez.

"A declaração de Mourão sobre a votação da reforma da Previdência única, e não fatiada, tem grande importância. O mercado tem pressa, quer ação", destacou o operador de câmbio da corretora Advanced Corretora Alessandro Faganello.

O desempenho do dólar ante o real também acompanhou a trajetória de queda global da moeda norte-americana ante outras divisas nesta sexta-feira, em dia de recuperação dos ativos com algum alívio na cautela recente.

O dólar cedia ante a cesta de moedas e também ante as divisas emergentes, como o rand sul-africano, num movimento também ajudado pelo avanço dos preços do petróleo no mercado internacional.

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