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Dólar cai ante real com exterior e nova atuação do BC

4 dez 2018 - 10h07
(atualizado às 11h58)
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O dólar operava em baixa nesta terça-feira, sob influência do mercado internacional diante da preocupação com a economia norte-americana e os temores da guerra comercial mesmo depois da trégua entre Estados Unidos e China, e também após mais um leilão de linha anunciado pelo Banco Central.

Imagem ilustrativa de notas de dólar e real 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Imagem ilustrativa de notas de dólar e real 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Às 11:55, o dólar recuava 0,30 por cento, a 3,8307 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em baixa de 0,35 por cento, a 3,8423 reais. Na mínima, foi a 3,8182 reais e, na máxima, a 3,8378 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,25 por cento.

"O dólar perdendo terreno contra as principais divisas globais (parece ser um) movimento que indica remeter ao (banco central dos EUA) Fed e a (chairman) Jerome Powell mais cautelosos em termos de aperto monetário pelos EUA", escreveu a corretora H.Commcor ao destacar ainda o recuo dos rendimentos dos Treasuries.

No exterior, o dólar caía forte ante a cesta de moedas, mas perdeu força e operava misto ante as divisas de emergentes, em queda ante o rand sul-africano e alta ante o peso mexicano.

Os rendimentos dos Treasuries caíam, com os juros do trecho mais curto superando os do mais longo, num achatamento da curva que não acontecia desde 2007 e que pode estar indicando uma desaceleração econômica iminente nos Estados Unidos.

Diante dessa perspectiva, o Federal Reserve, banco central do país, pode subir menos do que o previsto a taxa de juros no país, e o chairman da instituição e a ata do último encontro de política monetária do Fed já indicaram isso na semana passada.

Os dados do relatório do mercado de trabalho dos EUA, na sexta-feira, serão, assim, um bom teste para o mercado, uma vez que um enfraquecimento dos números pode reforçar essa leitura, favorecendo a manutenção de recursos hoje aplicados em recursos emergentes como o Brasil.

A trégua comercial entre EUA e China também segue no foco, depois que, numa releitura, os investidores avaliaram que o encontro do final de semana ainda trouxe resultados muito pouco palpáveis e é preciso ver com andarão as negociações entre os países nos próximos 90 dias.

Internamente, as atenções se voltam novamente para a possibilidade de votação do projeto de cessão onerosa no Senado, após vários adiamentos. A aprovação permitirá leilão bilionário que ajudará o novo governo no ajuste das contas públicas.

A reforma da Previdência, principal aposta para esse ajuste, entretanto, ainda terá que ser negociada sob o chapéu do governo Jair Bolsonaro.

As declarações do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, nesse sentido, no entanto, podem conter um pouco o otimismo do mercado, uma vez que avisou que o próximo governo não quer uma reforma apressada, embora a expectativa seja aprová-la no primeiro ano.

O Banco Central anunciou que fará nesta terça-feira mais um leilão de linha --venda com compromisso de recompra-- com oferta de até 1 bilhão de dólares, com o objetivo de dar liquidez ao mercado. No final de novembro, a autoridade já havia injetado 3 bilhões de dólares em novos leilões de linha, além de ter rolado todo o vencimento de 1,250 bilhão de dólares que venciam neste dia 4.

O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 1,383 bilhão de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC em nota, terá feito a rolagem integral.

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