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Dólar cai 1,70% e vai a R$ 3,77 com apoio do Centrão a Alckmin

20 jul 2018 - 18h53
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O dólar teve forte queda ante o real nesta sexta-feira, 20, sob influências internas e externas. Em terreno negativo desde o início dos negócios, a moeda terminou o dia em baixa de 1,70% no mercado à vista, cotada a R$ 3,7768, a menor desde 25 de junho (R$ 3,7766). Com esse resultado, houve desvalorização de 1,89% no acumulado da semana - a terceira sem intervenções do Banco Central no mercado. Em julho, o dólar "spot" tem queda de 2,60%.

A sinalização de apoio dos partidos do Centrão à pré-candidatura do tucano Geraldo Alckmin continuou como o principal assunto nas mesas de negociação, favorecendo desmontagem de posições e realização de lucros nas tesourarias bancárias. O cenário externo deu sua contribuição, uma vez que a moeda americana se enfraqueceu ante divisas fortes e emergentes, ainda como reflexo das manifestações do presidente americano, Donald Trump, contra as elevações de juros do Federal Reserve.

"O apoio do Centrão a Alckmin tem dois significados importantes para o mercado. O primeiro é o fortalecimento da candidatura do ex-governador, que ainda não se sabe se será suficiente para alavancar votos. O segundo, talvez até mais importante, é o enfraquecimento da candidatura de Ciro Gomes, que por si só já é algo visto como positivo", disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora.

A oficialização do acordo com o Centrão está prevista para acontecer na próxima semana. No entanto, dirigentes do bloco de partidos já trataram Alckmin como presidente durante o evento de oficialização do deputado Rodrigo Garcia (DEM) como vice do tucano João Doria, na disputa ao governo de São Paulo. O nome do empresário Josué Gomes (PR) foi exaltado durante o evento para ser vice na chapa do ex-governador.

Para José Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, a notícia do apoio do Centrão é muito boa para Alckmin, pois desidrata Ciro Gomes, que teve sua candidatura lançada hoje pelo PDT, sem anúncio de coligações. Em relatório, ele ressalta que o tucano terá praticamente a metade do tempo de rádio e TV e maior capilaridade, com o apoio de mais de 160 congressistas, além de prefeitos, vereadores e governadores de Estado. "Pelo jeito, mais uma vez teremos PSDB x PT", disse o profissional, levando em conta que Marina Silva (Rede) e Bolsonaro (PSL) também terão pouco tempo na TV.

No cenário externo, o presidente Donald Trump disse pela manhã, em sua conta no Twitter, que a China, a União Europeia e outros têm "manipulado suas moedas" e mantido taxas de juros baixas, enquanto os EUA elevam seus juros e o dólar se valoriza. Segundo ele, isso retira a vantagem competitiva do país. As declarações contribuíram para enfraquecer a divisa dos EUA. À tarde, especulações em torno das preocupações de Trump com as altas de juros do Federal Reserve ampliaram a queda da moeda.

Estadão
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