PUBLICIDADE

Dólar cai 1% ante real com movimento de correção

24 ago 2018 - 11h55
Compartilhar
Exibir comentários

O dólar operava em baixa de 1 por cento ante o real nesta sexta-feira, num movimento de correção após saltar mais de 6,5 por cento em sete pregões e seguindo o movimento no mercado externo.

Notas de reais e dólares em foto ilustrativa
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de reais e dólares em foto ilustrativa 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Os investidores estavam na expectativa pelo discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, que reforçou a mensagem de gradualismo no aumento dos juros já indicada pelo banco central norte-americano, trazendo alívio aos mercados.

Às 11:50, o dólar recuava 1,05 por cento, a 4,0797 reais na venda, depois de ter subido a 4,1230 reais na véspera, patamar que ficou atrás apenas do fechamento de 21 de janeiro de 2016, de 4,1655 reais, o maior da história.

O dólar subiu nos últimos sete pregões seguidos, acumulando ganhos de 6,62 por cento, com temores sobre o cenário eleitoral brasileiro. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,85 por cento.

"Powell não trouxe nenhuma surpresa... frisou o gradualismo", afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado.

Powell afirmou que aumentos constantes da taxa de juros pelo Fed são a melhor maneira de proteger a recuperação econômica dos Estados Unidos e manter o crescimento do mercado de trabalho o mais forte possível e a inflação sob controle.

Endossando a postura de política monetária do Fed poucos dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter criticado as altas de juros, Powell usou o simpósio anual de Jackson Hole para "explicar hoje porque meus colegas e eu acreditamos que esse processo gradual... continua apropriado".

Trump, em entrevista recente à Reuters, disse que não estava "animado" com Powell por causa dos aumentos de juros e que o Fed deveria ser mais expansionista e ajudar na atividade econômica.

O Fed já subiu os juros duas vezes neste ano e o mercado acredita que outras duas altas virão ainda, dentro do cenário de movimento gradual ressaltado pela própria autoridade monetária em meio à força que a maior economia vem mostrando e ações do governo para impulsioná-la ainda mais.

No exterior, o dólar ampliou a queda ante uma cesta de moedas após o discurso de Powell. O dólar também caía ante divisas de países emergentes, entre elas o real.

Internamente, a cena política continuava sob os holofotes. Nova pesquisa semanal da corretora XP Investimentos divulgada mais cedo mostrou poucas mudanças na preferência do eleitorado, com oscilações dentro da margem de erro e o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) mantendo a liderança na disputa em cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no páreo.

Nos últimos dias, as pesquisas içaram o dólar para acima de 4,10 reais depois que de mostrarem que o candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), seguia sem ganhar tração, e que o PT poderia ir para o segundo turno.

"Sinto que o dólar subiu demais, mas dado o cenário eleitoral e a conjuntura volátil, difícil falar que ele vai voltar para abaixo de 4 reais tão cedo", acrescentou Machado.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,32 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade