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Dólar abandona máximas contra real; nova onda de Covid e estímulo dos EUA seguem no radar

26 out 2020 - 09h14
(atualizado às 12h14)
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O dólar abandonava as máximas da sessão contra o real nesta segunda-feira, acompanhando um movimento de recuperação no Ibovespa, embora o salto nos casos de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa e dúvidas sobre as negociações de um pacote de estímulo norte-americano continuassem no radar dos investidores.

03/11/2009
REUTERS/Rick Wilking
03/11/2009 REUTERS/Rick Wilking
Foto: Reuters

Às 12:00, o dólar recuava 0,06%, a 5,6247 reais na venda. A moeda norte-americana havia operado em alta por boa parte da manhã, chegando a tocar 5,6646 reais na máxima do pregão.

O contrato mais líquido de dólar futuro tinha oscilação positiva de 0,007%, a 5,627 reais.

Segundo Rafael Panoko, analista-chefe da Toro Investimentos, na ausência de novidades domésticas que possam afetar o apetite por risco dos investidores, "o Ibovespa faz pequeno movimento de alta, e o dólar, que abriu com força compradora, corrigiu."

O principal índice de ações do Brasil titubeou na abertura, mas buscava se sustentar no azul nesta segunda-feira, em sessão marcada por uma bateria de notícias corporativas positivas.

Enquanto isso, no exterior, o dólar subia contra uma cesta de moedas fortes e registrava fortes ganhos contra lira turca, rand sul-africano e peso mexicano, alguns dos principais pares do real.

Entre as principais manchetes do dia estava a notícia de que os Estados Unidos registraram um recorde de novos casos de Covid-19 nos últimos dois dias, enquanto a França também teve novas máximas e a Espanha anunciou estado de emergência.

"Continua havendo aumento nos casos de Covid na Europa e nos EUA, o que tem gerado preocupações em relação a uma potencial desaceleração dessas economias ou uma perda de ritmo nesse momento de recuperação", disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

Agravando os temores relacionados à saúde das principais economias, os EUA seguem sem um acordo sobre mais medidas de auxílio fiscal para combater a pandemia de coronavírus, que deixou milhões de desempregados no país, embora alguns investidores tenham ressaltado que o impasse nas negociações de ajuda não é novidade.

Os norte-americanos estão sem apoio emergencial do governo desde o final de julho, quando um pacote anterior de trilhões de dólares em ajuda econômica expirou.

"A falta de acordo entre democratas e republicanos reduz as esperanças de um novo pacote de auxílio antes das eleições dos Estados Unidos", disse Rostagno. Os norte-americanos vão às urnas em 3 de novembro.

Enquanto isso, no Brasil, a reunião de decisão de juros do Copom --com expectativa de manutenção da taxa Selic na mínima histórica de 2% na quarta-feira-- concentrará o foco dos investidores locais durante o início da semana.

O patamar dos juros básicos afeta o fluxo de dólares no mercado local, uma vez que dita a rentabilidade de ativos brasileiros atrelados à taxa Selic.

"O mercado mantém apostas na manutenção da Selic (na) quarta-feira, mas acredita em uma mudança nas prescrições futuras do BC (forward guidance) após a surpresa inflacionária do IPCA-15 de outubro", disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.

Na última sexta-feira, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou em outubro para alta de 0,94%, maior salto para o mês desde 1995.

A disparada nos setores de alimentação e commodities em vários relatórios de inflação recentes tem sido atribuída em parte ao alto patamar da moeda norte-americana, que eleva a procura internacional por bens de exportação brasileiros, aumentando os preços no mercado doméstico.

Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana à vista teve alta de 0,60%, a 5,6282 reais.

O Banco Central vendeu em leilão nesta segunda-feira 12 mil contratos para a rolagem de swap tradicional com vencimento em 1º de julho de 2021.

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