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Dólar avança ante rivais, com payroll, Fed e economia global no radar

8 jul 2019 - 18h35
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O dólar voltou a apresentar alta em relação a outras divisas principais nesta segunda-feira, 8, ainda na esteira da robusta geração de postos de trabalho nos Estados Unidos em junho, que arrefeceu as expectativas de um corte profundo nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no fim deste mês.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar subia para 108,80 ienes; o euro recuava para US$ 1,1212; e a libra esterlina cedia para US$ 1,2511. O índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, encerrou o pregão em alta de 0,10%, com 97,384 pontos.

A criação de 224 mil vagas de emprego nos EUA no mês passado continuou a reverberar nos mercados de câmbio nesta segunda-feira. Bastante acima do esperado pelos mercados, o número diminuiu as apostas de um corte mais agressivo nos juros pelo Fed no fim deste mês, embora os investidores continuem a apostar que haverá uma redução dos Fed funds. No fim desta tarde de segunda, as chances de uma redução de 25 pontos-base nos juros estavam em 94,1%. A possibilidade de um corte de 50 pontos-base era de apenas 5,9%, o que vem motivando uma reprecificação do dólar em relação a outras divisas principais.

Na disputa com o euro, a moeda americana se viu favorecida diante de comentários de Benoît Coeuré, que integra o conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE). Para ele, é necessário manter uma política monetária acomodatícia na zona do euro e, se necessário, o BCE irá adotar mais medidas de estímulo econômico. Fed, BCE e outros grandes bancos centrais, como o chinês, têm adotado a postura de indicar novas medidas de apoio à economia diante de um enfraquecimento mais acentuado do que o esperado anteriormente da atividade a nível mundial.

Com as medidas de estímulo da China centradas na economia doméstica, é improvável, contudo, que a economia global retorne a um cenário de crescimento dinâmico, apontou o chefe de estratégia de ativos cruzados do UBS, Bhanu Baweja. Assim, para ele, o dólar deve permanecer relativamente forte. "Você precisa do crescimento global para que o dólar se enfraqueça", disse. O índice DXY vem oscilando entre 96 e 98 pontos e, mesmo com a retórica "dovish" por causa do Fed, o indicador se manteve acima dos 97 pontos recentemente.

Na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan demitiu, inesperadamente, o presidente do banco central local, Murat Cetinkaya. A novidade reforçou preocupações sobre interferência política na autoridade monetária turca e elevou as apostas de cortes nos juros mais rápido do que o esperado anteriormente. Assim, no fim da tarde em Nova York, o dólar saltava para 5,7377 liras turcas.

Estadão
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