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Dólar apresenta forte valorização ante rivais, com Fed e Turquia no radar

14 ago 2018 - 18h10
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O dólar apresentou forte valorização em relação a outras divisas principais à medida que os agentes avaliaram que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve dar prosseguimento ao ciclo de aperto monetário, mesmo diante de desafios como a turbulência na Turquia e em outros mercados emergentes.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar subia para 111,22 ienes, o euro cedia para US$ 1,1344 e a libra recuava para US$ 1,2714. Já o índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de outras seis divisas, alcançou o maior nível desde junho de 2017, ao fechar em alta de 0,35%, para 96,731 pontos.

"As taxas de juros dos Estados Unidos estão subindo, as tensões comerciais estão altas e, agora, você precisa se preocupar com o crescimento da China desacelerando", afirmou, em nota a clientes, o estrategista-chefe de moedas para emergentes do Brown Brothers Harriman, Win Thin. Enquanto os juros sobem em solo americano, no entanto, há preocupações que limitam a alta de outras moedas principais. Em solo britânico, as preocupações com o Brexit impedem uma valorização mais acentuada da libra esterlina, enquanto o euro é atingido pela incerteza política na Itália e pela crise turca, que pode afetar alguns dos principais bancos europeus, como o espanhol BBVA e o francês BNP Paribas.

Como mostrado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mesmo diante do cenário comercial adverso no globo e das turbulências nos mercados emergentes, a avaliação de diversos analistas é de que o Federal Reserve deve manter o seu ciclo de aperto monetário nos trilhos. Um economista da autoridade monetária dos EUA em Washington apontou que o Fed está monitorando a crise turca. No entanto, para o economista-chefe da Pantheon, Ian Shepherdson, a Turquia acaba não sendo uma "ameaça séria" para Washington ou para o sistema bancário americano, "nem mesmo para os planos do Fed de continuar com a normalização gradual da política monetária".

Na agenda de indicadores, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços das importações ficou estável na passagem de junho para julho, enquanto analistas previam queda de 0,1%, à medida que houve um forte aumento nos preços vinculados ao petróleo, mas um recuo nos valores de outros bens importados. Para o economista Christopher Rupkey, do MUFG Union Bank, ainda é cedo para ver uma forte reação nos preços devido às batalhas comerciais, embora "mais inflação de produtos importados ainda pode estar a caminho" devido à política tarifária do governo de Donald Trump.

Em relação à lira turca, o dólar apresentou forte baixa e chegou ao fim da tarde cotado a 6,3477 liras, apagando as perdas de ontem. Nesse cenário, outras moedas emergentes foram favorecidas, como o peso argentino, o peso mexicano e o rublo russo.

Estadão
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