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Dólar anula alta e vai abaixo de R$4,15 após MP denunciar Haddad

4 set 2018 - 12h25
(atualizado às 12h28)
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O dólar anulou a alta vista mais cedo e registrava leves quedas ante o real nesta terça-feira, com os investidores reagindo à denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o candidato a vice-presidente do PT, Fernando Haddad, por corrupção.

Notas de reais e dólares em foto ilustrativa
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de reais e dólares em foto ilustrativa 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Os mercados, entretanto, seguiam de olho no cenário externo, onde predominavam preocupações com a guerra comercial global e com os países emergentes.

Às 12:20, o dólar recuava 0,28 por cento, a 4,1405 reais na venda, após ter batido, logo após a abertura dos negócios, 4,1947 reais na máxima do dia.

Na véspera, a moeda norte-americana saltou quase 2 por cento, a 4,15 reais. O maior nível histórico de fechamento do dólar é 4,1655 reais, batido em 21 de janeiro de 2016.

O dólar futuro caía cerca de 0,30 por cento.

"Tudo o que atrapalhar o PT neste momento é bom para o mercado", afirmou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

O Ministério Público do Estado de São Paulo apresentou denúncia contra Haddad por corrupção pelo recebimento de 2,6 milhões de reais de propina da empreiteira UTC Engenharia para pagamento de dívida contraída durante a campanha eleitoral à prefeitura da capital paulista em 2012.

Haddad, provável substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa do PT após o ex-presidente ter sido barrado da disputa na semana passada, já havia sido acusado pelo MP de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito no mesmo caso.

O mercado vê o PT como menos comprometido com as contas públicas e, por isso, assume posturas defensivas diante da possibilidade de a legenda avançar para o segundo turno. Lula lidera todas as pesquisas de intenção de votos à Presidência e os investidores temem a força de transferência desses votos para seu substituto.

O mercado também estava na expectativa sobre novas pesquisas de intenção de votos: Ibope, depois do fechamento do mercado nesta terça-feira, e Datafolha, que deve sair no fim de semana.

Mais cedo, a trajetória de alta que levou o dólar para perto de 4,20 reais também foi influenciada ainda pelo cenário externo.

"O mercado aguarda os desdobramentos das negociações entre os Estados Unidos e o Canadá, além da imposição de novas alíquotas já anunciadas pelo governo norte-americano aos produtos chineses. Com isso, o clima segue de cautela, o que tem atingido, além das bolsas europeias, as moedas dos países emergentes", justificou mais cedo o Banco Bradesco em relatório.

As tensões comerciais vêm afetando os mercados globais e emergentes, com as preocupações aumentando novamente após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de semana de que não havia necessidade de manter o Canadá no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Além disso, Trump estaria preparado para acelerar rapidamente a guerra comercial com a China e poderia estar pronto para impor mais tarifas às importações chinesas.

No exterior, o dólar tinha forte avanço ante uma cesta de moedas e sobre moedas de países emergentes, com destaque para o rand, depois que a África do Sul entrou em recessão no segundo trimestre pela primeira vez desde 2009.

As atenções também continuavam voltadas para a Argentina, onde o governo anunciou novos impostos e cortes de gastos na véspera para tentar equilibrar o orçamento e antecipar recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI). O dólar subia mais de 3 por cento ante o peso argentino nesta sessão.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 1,09 bilhão de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vence em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

(Edição de Patrícia Duarte)

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