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Dólar acompanha busca por segurança, recua ante rivais e avança ante emergentes

10 out 2018 - 19h23
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O dólar recuou ante outras moedas fortes nesta quarta-feira, 10, em harmonia com um movimento generalizado de busca por segurança entre investidores, que provocou um "sell-off" nas bolsas de Nova York. No pano de fundo do comportamento dos agentes figuram principalmente as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Na Europa, por outro lado, sinalizações positivas em relação ao Brexit impulsionaram a libra e o euro.

Perto do horário de fechamento em Nova York, o dólar recuava a 112,50 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1524 e a libra mostrava avanço a US$ 1,3192.

A elevação do tom dos discursos de diversos membros do governo de Donald Trump nas últimas semanas, ao mesmo tempo em que a China toma medidas para se proteger de eventuais efeitos de tarifas comerciais impostas por Washington, é um dos canalizadores da busca por segurança registrada nos últimos dias. O iene foi impulsionado e registrou máximas ante o dólar durante o dia, que se acentuaram durante a tarde, quando os índices nova-iorquinos viram uma intensificação da onda vendedora registrada desde cedo.

O mesmo cenário, que ainda é complementado pela perspectiva de um Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mais hawkish, e portanto mais agressivo na trajetória de aperto nos EUA, levou o dólar a avançar ante moedas de mercados emergentes - como em relação ao rublo russo (+0,82%) e o peso mexicano (+0,12%).

Além disso, estão no ar preocupações com a economia global. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou na terça-feira a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global de 3,9% para 3,7%, enquanto o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, advertiu que um cenário de guerra comercial total resultaria em uma redução de 1,9 ponto porcentual na expansão econômica mundial.

"O declínio do mercado nesta quarta faz com que os pedidos de recessão ou a desaceleração dramática do crescimento em 2020 estejam um pouco mais próximos de se tornarem realidade. Talvez as chamadas de recessão devam ser em 2019 e não em 2020", avalia o economista Christopher Rupkey, do MUFG Union Bank.

Já a libra e o euro, por sua vez, se agarraram ao otimismo em relação à separação entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido, após o negociador-chefe para o Brexit da UE, Michel Barnier, afirmar no Parlamento Europeu que a maior parte do acordo para o divórcio já foi acertada, algo como entre 80% e 85%, mas que alguns pontos importantes, como a fronteiras das Irlandas e governança, ainda permanecem sem um entendimento comum.

Investidores ainda aguardam o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que será divulgado na quinta-feira, às 9h30, e deve mostrar aceleração mensal, mas pode perder impulso na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Estadão
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