PUBLICIDADE

Dólar sobe a R$ 5,50 e fecha no maior nível desde 5 de novembro

Moeda dispara também no exterior, ante preocupação com avanço da covid-19 no mundo - e também no Brasil; Bolsa não operou devido ao feriado em São Paulo

25 jan 2021 - 13h45
(atualizado às 19h23)
Compartilhar
Exibir comentários

O dólar à vista fechou nesta segunda-feira, 25, a R$ 5,5089, em alta de 0,55% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Foi o terceiro pregão seguido de ganhos e a maior cotação desde 5 de novembro de 2020, quando a moeda americana terminou em R$ 5,54. Hoje, chamou atenção o avanço do coronavírus no Brasil e no mundo, além da saída do presidente da Eletrobrás do comando da estatal. No exterior, as Bolsas terminaram sem sentido único.

Com o feriado do aniversário da cidade de São Paulo nesta segunda, a Bolsa brasileira, a B3, não funcionou e não houve cotações do mercado futuro. O fechamento do dólar à vista teve como base a segunda coleta da taxa Ptax, taxa de câmbio que serve de referência para as cotações da moeda americana, feita pelo Banco Central.

No entanto, a moeda não subiu apenas no Brasil. O dólar opera em alta quase que generalizada no exterior, subindo forte em alguns emergentes, como o México e África do Sul. O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis divisas fortes, como euro e libra, avançou em torno 0,17%.

O analista de mercados do banco americano Western Union, Joe Manimbo, observa que a segunda-feira é de cautela nos mercados, reflexo das incertezas sobre a vacinação mundial contra a covid e o crescente número de casos de coronavírus. Na Europa, Reino Unido e França voltaram a endurecer as restrições, enquanto na Alemanha, o índice de confiança empresarial voltou a cair, em decorrência da pandemia.

No Fórum de Davos, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que 2021 será ano de recuperação, mas em duas partes, e as condições financeiras continuam incertas. Bolsonaro não participa do encontro, que conta com a presença do governador de São Paulo, João Doria.

Cenário parecido também foi visto nos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden voltou a proibir a entrada de viajantes vindos do Brasil, Europa e África do Sul. Por lá, também causa tensão a espera pela aprovação de novas medidas de estímulo e também a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que começa nesta terça-feira.

Aqui, a imunização também ficou no radar, já que o País ainda tenta lidar com a falta de doses e também de insumos, apesar da covid-19 continuar avançando no País. Além de Manaus, Porto Velho também disse que já enfrenta um colapso no sistema de saúde.

Além disso, o cenário político e empresarial também foi movimentado nesta segunda, que amanheceu com a notícia de que o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, deixou o comando da empresa. O anúncio veio após o candidato do Planalto à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco, dizer na semana passada que a privatização da estatal não está no foco do Congresso. O Ministério da Economia disse que a saída de Ferreira Júnior não altera a agenda de desestatizações. O papel da estatal caiu 11,76% em Nova York nesta segunda.

Também causou preocupação a fala de Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo Palácio do Planalto na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados, ao defender a discussão de gastos como o abono salarial e outras despesas para abrir espaço no Orçamento. O ajuste é tido como necessário pelo candidato para qualquer possibilidade de uma nova rodada do auxílio emergencial. No entanto, o mercado vê a medida com preocupação, já que a volta do benefício pode acarretar no aumento das contas públicas e no rompimento do teto de gastos, deixando a dívida fora de controle.

Ainda hoje, o petróleo WTI para março subiu 0,96%, a US$ 52,77 o barril, enquant o Brent para março, por sua vez, avançou 0,85%, a US$ 55,88 o barril.

Bolsas

Os mercados ficaram sem sentido único nesta segunda, com os investidores voltados à pandemia. Em Nova York, Dow Jones caiu 0,12%, enquanto S&P 500 e Nasdaq tiveram altas moderadas de 0,36% e 0,69% cada. Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,83%, a Bolsa de Londres recuou 0,84%, a de Frankfurt, 1,66% e a de Paris, 1,57%. Milão, Madri e Lisboa tiveram baixas de 1,60%, 1,73% e 1,55% cada.

Na Ásia, o clima foi de alta, principalmente com os ganhos do setor de tecnologia. As Bolsas chinesas de Xangai e Shenzhen subiram 0,48% e 0,27% cada, enquanto a de Hong Kong avançou 2,41%. O mercado de Tóquio subiu 0,67% e a da Coreia do Sul, 2,18%, mas a de Taiwan caiu 0,45%. Na Oceania, a Bolsa australiana teve alta de 0,36%./ COLABOROU MAIARA SANTIAGO

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade