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DIs sobem com pressões sobre Selic maior, mesmo com forte queda do dólar

8 jun 2018 - 12h13
(atualizado às 13h07)
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As taxas dos contratos futuros de juros de abandonaram a queda do início dos negócios, influenciada pelo tombo do dólar ante o real, e engataram forte elevação nesta sexta-feira, com os investidores ampliando os prêmios na curva diante da perspectiva de que a Selic terá que subir em breve.

Imagem ilustrativa de moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Imagem ilustrativa de moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Foto: Bruno Domingos / Reuters

"Os investidores estão especulando nos juros, já que o dólar está mais calmo, mas continuará em patamares elevados, obrigando talvez o Banco Central a elevar a Selic", afirmou o gestor de derivativos de uma corretora local.

Mais cedo, o DI com vencimento em janeiro de 2021, um dos mais líquidos, chegou a cair 0,30 ponto percentual na mínima desse pregão. Mas inverteram o rumo e subiam. (Veja tabela)

Apesar de o dólar estar despencando mais de 3 por cento nesta sessão, abaixo de 3,80 reais, ele deu um salto nas últimas semanas, com potencial para pressionar a inflação. Até a véspera, desde fevereiro, a valorização havia sido de mais de 20 por cento.

A recente e forte turbulência nos mercados locais foi alimentada por temores com o quadro fiscal do país, além da cena política. Pesquisas eleitorais têm mostrado dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganharem tração na corrida presidencial.

Pesava ainda nos DIs a divulgação do IPCA de maio acima do esperado, com alta de 0,40 por cento sobre o mês anterior.

"O resultado do IPCA reforça a percepção de que uma alta de juros venha acontecer e que ela se manterá no longo prazo", comentou o gestor de renda fixa da gestora GGR, Thiago Figueiredo.

O BC tem indicado que não vai elevar a Selic tão cedo, mensagem reforçada na noite passada pelo presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn. Ele afastou ainda a possibilidade de encontros extraordinários do Comitê de Política Monetária (Copom) antes dos 45 dias regulamentares de intervalo. O próximo encontro está previsto para 19 e 20 de junho.

A curva a termo precificava nesta sessão quase 100 por cento de chance de alta de 0,50 ponto percentual da Selic em junho, segundo dados da Reuters. Hoje, a Selic está na mínima histórica de 6,50 por cento.

O trecho mais longo da curva também era influenciado pelo exterior mais negativo nesta sessão, além da expectativa para pesquisa Datafolha no final de semana.

O Tesouro continuou com sua atuação e fez novo leilão de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional Série-F, com oferta de, respectivamente, até 1,5 milhão e até 300 mil papéis, com vencimentos entre 2023 e 2029.

Vendeu e comprou apenas papéis com vencimento em 2029. Foram 168 mil comprados, à taxa de 12,091 por cento, e 10 mil vendidos, à taxa de 12 por cento.

(Edição de Patrícia Duarte)

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