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Diretor da OMC faz raro alerta para risco de guerra comercial após anúncio dos EUA

2 mar 2018 - 14h32
(atualizado às 17h02)
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O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevedo, mostrou nesta sexta-feira preocupação com o plano do presidente norte-americano, Donald Trump, de tarifar importações de aço e alumínio, uma intervenção extremamente rara na política comercial de um membro da OMC.

Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, durante reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos
24/01/2018 REUTERS/Denis Balibouse
Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, durante reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos 24/01/2018 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

"A OMC está claramente preocupada com o anúncio dos planos dos EUA sobre tarifas de aço e alumínio. A potencial de escalada é real, como vimos a partir das respostas iniciais de outros", disse ele em breve declaração da OMC.

"Uma guerra comercial não é de interesse de ninguém. A OMC vai observar a situação de perto."

Trump assumiu um tom desafiador nesta sexta-feira, dizendo que guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar, após anunciar na véspera que vai impor tarifas sobre importações de aço e alumínio ao país, o que desencadeou críticas globais e queda nos mercados acionários.

O plano foi criticado em um comitê da OMC em junho passado, e a confirmação de que Trump manteve sua intenção de seguir adiante causou protestos internacionais.

Azevedo, ex-negociador comercial brasileiro, é normalmente extremamente diplomático e se abstém de quaisquer críticas a qualquer um dos 164 membros da OMC, dizendo que cabe a eles usar as regras e sistema de resolução de disputas da OMC para fazer as coisas funcionarem.

Mas o plano de tarifas de Trump é amplamente visto com uma possível ameaça ao sistema em si, já que se baseia em uma alegação de "segurança nacional", área isenta das regras da OMC.

Os países membros da OMC tradicionalmente se abstêm de citar segurança nacional por medo de que isso poderia dar uma cláusula de saída das regras que governam o comércio mundial há quase um quarto de século.

Se o uso da exceção da segurança nacional se disseminar, outras possíveis disputas comerciais onde isso poderia ser usado incluem uma briga sobre a lei de cibersegurança da China e na guerra econômica entre Rússia e Ucrânia.

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