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Petrobras: vale a pena investir na estatal? 

Especialistas em investimentos reconhecem que o momento é sensível, mas mantém recomendação de compra das ações da estatal.

21 jun 2022 - 14h20
(atualizado às 15h24)
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Foto: Agência Petrobras / Divulgação

Nos últimos dias, notícias relacionadas à Petrobras têm movimentado o noticiário, desde rumores de CPI até a renúncia do presidente da Companhia. Começou com o presidente Jair Bolsonaro afirmando, no sábado (18) que deputados aliados pediriam uma CPI da Petrobras. 

A declaração foi questionada, na segunda-feira (20), pelo próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, que afirmou: “Eu acho que não vai nem andar isso aí, né? Não tem nem tempo. Nós estamos aí já em fase quase eleitoral. Mais um mês e meio e inicia a campanha eleitoral. Então, acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento”. 

Ainda na segunda, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, anunciou a renúncia ao cargo, e Fernando Borges, diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, foi nomeado pelo Conselho de Administração como novo presidente interino. Em meio a tudo isso, existe ainda a possibilidade da estatal ser privatizada, seguindo o modelo da Eletrobras. 

Após tantas movimentações, as ações preferenciais da companhia (Petr4) tiveram alta nesta segunda-feira, com valor de fechamento de R$ 27,62. Para analistas, o momento de baixa nas ações em geral, com o Ibovespa abaixo dos 100.000 pontos, é favorável para quem quer investir na bolsa. Além disso, as ações da Petrobras, em particular, ainda são vistas como um bom investimento. 

Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, analisa que a perspectiva da Petrobras é muito boa: “Com o petróleo a US$ 120 e com uma produção aos níveis de preço que a Petrobras faz, a geração de caixa é gigantesca, então a gente deve ter bons dividendos a serem pagos novamente para os próximos meses, dada a diferença no custo de produção e o custo de venda do produto”. 

Alexandre Achui, head da Mesa Private de ações e sócio da BRA, avalia as ações com cautela, afirmando que as expectativas não são boas quando se trata de dois poderes (executivo e legislativo), em véspera de eleição, “querendo fazer barulho montando uma CPI”, mas pondera que há muita retórica e pouco alcance, de fato, na política de preços da companhia, pois existe em vigor a lei das estatais que protege e empresa de intervenções: “Pode trocar o presidente, mas isso não altera o estatuto interno da empresa”, afirmou. 

A XP Investimentos, em relatório, reconhece que os riscos aumentaram, tanto internacionalmente (recessão global) quanto internamente (político), mas mantém a recomendação de compra das ações da Petrobras. 

Redação Dinheiro em Dia
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