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Estagflação: conheça o maior risco para a economia 

Saiba o que é o termo que volta a rondar o noticiário e veja como a inflação afeta a vida dos brasileiros.

2 jun 2022 - 03h00
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Foto: Steve Buissinne / Pixabay

Um termo um tanto estranho para os mais novos, mas conhecido de quem viveu os anos 1970, estagflação une os termos estagnação e inflação. Estagnação é quando a economia não cresce, o que é verificado quando o PIB (Produto Interno Bruto) do país é muito pequeno ou negativo. Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, que compromete o poder de compra. Com cenário de guerra e pandemia, a estagflação volta a rondar a economia. 

Sobre o aumento dos países, o FMI já reduziu este ano a previsão de crescimento global, que caiu de 4,4% para 3,6%. Já a estimativa de crescimento do PIB brasileiro para 2022, segundo o governo, é de 2,5%. No Brasil, a inflação acumulada nos últimos 12 meses (até abril) foi de 12,13%. Tanto a inflação como a estagnação econômica afetam o dia a dia das pessoas, pois influenciam na taxa de emprego, salários e poder de compra. 

Como a inflação afeta os consumidores no Brasil 

A inflação tem relação direta com o PIB, explica Ricardo Balkins, Sócio-líder de Consumer da Deloitte: “A gente sabe que o crescimento da economia é ligada ao PIB, a soma das riquezas, que é o consumo, então se você tem uma perspectiva de inflação alta, no meu entendimento você não pode esperar crescimento do PIB, porque as pessoas teoricamente não vão comprar.” 

A cada mês, a empresa de consultoria divulga o “Deloitte Global State of the Consumer Tracker”, que aborda tendências em segurança, bem-estar financeiro, apetite para o consumo, entre outros temas. 

De acordo com o levantamento mais recente, divulgado em maio, a inflação resultou em aumento na participação dos gastos essenciais como habitação e alimentação, sobre os gastos totais das famílias.

Como uma coisa precisa compensar a outra para fechar o orçamento, o aumento de custos impactou, entre as pessoas de baixa renda, os gastos direcionados a recreação e lazer e a capacidade de poupança e investimento, conforme mostra o gráfico abaixo. 

Composição dos gastos por renda

Foto: Reprodução

Além disso, segundo o estudo, a preocupação com o aumento de preços tem trajetória de leve alta em relação ao início do ano. Mais acentuado foi o aumento nos indicadores relacionados a grandes compras, rolagem de dívida no cartão de crédito e cumprimento de pagamentos.

Segundo o relatório, esses números indicam um alto comprometimento da renda e a busca por alternativas de crédito acessível. Em março, 80% dos entrevistados estavam preocupados com o aumento de preços, enquanto em maio a taxa era de 78% e, em fevereiro, 76%. 

Outro ponto afetado pela inflação é o reajuste salarial. “Você tem os dois lados, se por um lado os consumidores têm uma renda menor e tendem a comprar menos, do lado da empresa, quando chega o período de reajuste salarial, ela tem que repor essas perdas. Então o que acaba acontecendo, tem que reduzir a margem (de lucro) ou se aumenta o salário e depois reajusta preço, então dá na mesma. Isso pode dar [ao trabalhador] aquela falsa sensação de ‘eu ganhei 15% de aumento pela inflação no último ano’. Mas com a lei da compensação, as empresas aumentaram os preços em 15% nos produtos, então eu estou ganhando mais, mas o poder de compra continua sendo o mesmo”, disse Balkins.

Redação Dinheiro em Dia
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