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Dólar supera R$5,15 com commodities sob pressão e campanha eleitoral no radar

O foco dos investidores é entender quais as propostas dos candidatos que lideram pesquisas de intenção de voto para a política fiscal

16 ago 2022 - 16h48
(atualizado às 17h13)
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O dólar tinha firme alta nesta terça-feira, indo acima de 5,15 reais, com o real entre as moedas mais golpeadas nesta sessão negativa para divisas correlacionadas às matérias-primas, cujos preços voltavam a cair.

Foto: iStock

Às 16:39 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,04%, a 5,1457 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,87%, a 5,1685 reais.

Na máxima no mercado à vista, a cotação bateu 5,1555 reais, alta de 1,24%, no maior nível desde a sexta-feira passada.

A instabilidade nos mercados externos estimulava a demanda pela proteção da moeda norte-americana. O índice do dólar frente a uma cesta de rivais se mantinha em leve alta mesmo depois do salto da véspera, e as bolsas de valores em Nova York voltaram a perder fôlego.

Por aqui, analistas não deixaram de citar o início oficial da campanha eleitoral, período historicamente associado a um aumento da volatilidade no mercado financeiro.

A partir desta terça está liberada a realização de propaganda partidária e a realização de eventos de arrecadação de recursos para a campanha.

O foco dos investidores é entender quais as propostas dos dois candidatos que lideram pesquisas de intenção de voto --Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL)-- para a política fiscal. Por ora, o entendimento é que ambos dão indicações de mais afrouxamento no controle de gastos.

"O mercado melhorou desde os preços de julho, depois das sinalizações do Fed, mas nessa frente (fiscal) o cenário não melhorou, pelo contrário", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, em referência a indicações de Bolsonaro e Lula sobre aumento permanente de gastos em 2023. "Esse debate fiscal vai continuar no foco do mercado pelos próximos anos", completou.

Nesse sentido, gestores de fundos da América Latina estão mais preocupados com os planos para a política fiscal brasileira após as eleições, e um número maior deles espera que o mercado financeiro reaja aos resultados das pesquisas de intenção de voto até as eleições, mostrou sondagem do Bank of America referente a agosto divulgada nesta terça-feira.

No curto prazo, a possibilidade de um banco central norte-americano menos agressivo na política monetária parece aplacar maiores temores do lado político-fiscal no Brasil, contudo.

Na sondagem do BofA, a maioria respondeu esperar dólar entre 4,81 reais e 5,40 reais ao término deste ano, e a aposta alternativa em um preço mais alto --entre 5,41 reais e 5,70 reais ao fim do ano-- despencou de cerca de 25% em julho para menos de 10% em agosto.

Rostagno, do banco Mizuho, revisou para 5,10 reais a projeção para o dólar ao fim de 2022, ante 5,20 reais anteriormente, citando um cenário de juros menos pressionados nos EUA.

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