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Digerindo decisão do Fed, dólar sobe ante rivais e cai ante emergentes

27 set 2018 - 18h38
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O dólar subiu ante suas rivais nesta quinta-feira, 27, ainda em reflexo à decisão do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) de elevar os juros pela terceira vez neste ano e ao discurso de ontem do presidente da instituição, Jerome Powell, de que os juros ainda estão baixos e que aumentos graduais estão garantidos.

Embora a instituição tenha retirado a palavra "acomodatícia" do comunicado sobre sua política monetária de curto prazo, Powell fez questão de frisar que "os juros ainda estão em um nível baixo e acreditamos que o aumento gradual das taxas é melhor para todos", minimizando as questões que ficaram no ar com a remoção do trecho de que a política do banco central é acomodatícia do comunicado.

Os dirigentes do Fed indicaram que esperam aumentar as taxas de juros mais uma vez este ano, e projetam três aumentos de taxa para 2019.

Alguns analistas disseram que a mudança não significa necessariamente que as autoridades acreditam que as taxas não são mais baixas o suficiente para estimular o crescimento. Em vez disso, a mudança reflete como os dirigentes, incluindo Powell, querem se afastar de fornecer estimativas excessivamente precisas.

Embora o Fed tenha se "aproximado do neutro" com a remoção de orientações futuras sobre a política acomodatícia da política atual, "a realidade é que o Fed ainda está realizando apertos monetários", disse Daniel Katzive, diretor de estratégia monetária para América do Norte.

Ante emergentes, porém, o dólar recuou, digerindo a fala de Powell, que afirmou que "o que podemos fazer pelos emergentes é nos comunicar de forma transparente e continuar os movimentos graduais". No fim da tarde, o dólar operava cotado a 14,1124 rands sul-africanos, a 65,515 rublos russos e a 18,8255 pesos mexicanos.

A exceção foi o peso argentino, que voltou a cair com força mesmo após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ampliar o montante a ser emprestado para a Argentina. Em coletiva, o presidente Maurício Macri defendeu a ajuda financeira e disse que a população argentina terá "meses difíceis adiante". Para a economista para América Latina da Continuum Economics, Priscila Robledo, embora o impacto de longo prazo das medidas de ajuste seja positivo, "o mercado pode reagir negativamente ao fato de que o banco central agora está disposto a tolerar uma moeda mais fraca". No fim da tarde, o dólar avançava a 39,6367 pesos, de 38,5350 pesos de ontem.

Estadão
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