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Diálogo com Argentina avança, diz FMI

Equipe econômica argentina se reuniu com Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo, para tentar antecipar parte do socorro de US$ 50 bilhões

5 set 2018 - 04h12
(atualizado às 10h44)
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BUENOS AIRES - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou na terça-feira, 4, que houve avanços importantes durante as conversas, que devem continuar nesta quarta-feira, com autoridades argentinas e garantiu que os dois lados vão trabalhar para fortalecer "ainda mais" o programa do governo argentino respaldado pela instituição. "Nosso diálogo continuará agora a nível técnico e nosso objetivo comum é chegar a uma conclusão rápida para apresentar uma proposta ao diretório executivo do FMI."

Lagarde disse ainda que a reunião com a equipe econômica do país teve como objetivo "brindar um melhor apoio à Argentina em meio à renovada volatilidade financeira e a um entorno econômico desafiante". Ela se reuniu com o ministro de Economia argentino, Nicolás Dujovne, e com o vice-presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA), Gustavo Cañonero.

Na segunda-feira, Dujovne confirmou a intenção do governo argentino de pedir ao FMI um adiantamento "para uma data mais próxima" dos recursos do empréstimo emergencial de US$ 50 bilhões concedido ao país pela instituição. "Quanto será adiantado do pacote é algo que ainda discutiremos com o FMI", explicou Dujovne antes de ir a Washington para a reunião com Lagarde.

Nos últimos dias, o peso argentino tem apresentado forte desvalorização em relação ao dólar, fazendo com que o BCRA elevasse a taxa básica de juros para 60%. O forte aperto monetário já traz resultados negativos na atividade econômica argentina, com a produção industrial caindo 5,7% na comparação anual de julho, enquanto analistas esperavam queda de apenas 0,6%.

Por meio de nota divulgada pela Casa Branca, o presidente Donald Trump afirmou apoiar o engajamento do governo argentino com o FMI para "fortalecer" as políticas monetária e fiscal do país e enfrentar seus atuais desafios econômicos.

Na segunda-feira, Macri anunciou algumas medidas em sua estratégia para controlar as contas públicas, que devem ser detalhadas posteriormente. Insistindo na necessidade de um sacrifício dos argentinos para enfrentar a crise local dos últimos meses.

Mesmo em meio à preocupação com a crise argentina, os riscos de calote são "improváveis" nos próximos dois anos, à medida que o empréstimo do FMI pode cobrir a maior parte dos fundos necessários em 2018 e 2019, avalia o analista de renda fixa do Julius Baer, Alejandro Hardziej.

Em relação ao câmbio, o especialista aponta que o peso argentino "parece ter sido supervalorizado em termos reais até recentemente, e é a velocidade, mas não a extensão da depreciação que é surpreendente". / VICTOR REZENDE COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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