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Deputados pedem Bolsonaro mais ativo nas redes sociais pela reforma da Previdência

Kim Kataguiri também classificou como 'um desastre' a articulação política do governo pela reforma da Previdência

26 fev 2019 - 11h07
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Os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS) criticaram a política de comunicação do governo para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Nova Previdência durante o 20º CEO Brasil 2019 Conference, do BTG Pactual. Van Hatten cobrou do presidente Jair Bolsonaro que use mais as redes sociais para defender o projeto enviado ao Congresso na semana passada. Ele citou que o último post do presidente no Facebook sobre a Nova Previdência foi em 21 de fevereiro.

"Para quem lida com rede social como nós e o próprio presidente, é muito tímido, tem de ter todo dia uma mensagem da reforma da Previdência", disse o deputado.

Já Kataguiri classificou como "incerta a linha de comunicação do governo", defendeu um debate mais profundo do texto enviado ao Congresso na semana passada e, novamente, a divisão do ônus da proposta entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso.

Indagado sobre como realizaria uma proposta de comunicação para a PEC da Nova Previdência, o parlamentar paulista citou o ex-presidente José Sarney (MDB) como exemplo de disparidade. "É mostrar que o Sarney ganha R$ 112 mil por mês (...) e ficar claro para a população que trabalha a vida inteira, ganhando o salário mínimo, que a contribuição dele (Sarney) vai ser maior enquanto a contribuição dos mais pobres será menor", explicou. "Foi inteligente o governo mostrar que a alíquota dos mais pobres vai ser menor."

Kataguiri classifica articulação política como um desastre

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) disse nesta terça-feira, 26, no 20º CEO Brasil 2019 Conference do BTG Pactual, duvidar que mais da metade do texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Nova Previdência enviada pelo governo ao Congresso "sobreviverá na Câmara". Kataguiri criticou a articulação do governo Bolsonaro no Parlamento, classificada por ele como um "desastre", e avaliou que "se dependesse única e exclusivamente do governo não passaria nada".

Segundo o parlamentar, "deputados felizmente têm consciência do que tem a ser feito, o (presidente da Câmara) Rodrigo Maia se empenha bastante, mas, duvido muito, que mais da metade do texto enviado pelo governo vai sobreviver na Câmara". No seminário, Kataguiri estimou que do até R$ 1,164 trilhão previsto de economia com a Nova Previdência, pouco mais da metade deverá ser atingida após o texto tramitar na Câmara.

"Do que o [ministro da Economia, Paulo] Guedes espera economizar, conseguiremos de R$ 700 bilhões a R$ 800 bilhões", afirmou. "O presidente Bolsonaro ainda não puxou para si o ônus da reforma. É preciso que traga ônus para si e que o governo não bata tanto na tecla do conceito fiscal, que é abstrato, mas dê algum outro ponto que seja palpável à população", completou.

Para o deputado, em relação à idade mínima, apesar de a tentativa na Câmara ser de não mexer, "vão chegar a um meio termo". Ele citou também críticas feitas à questão da aposentadoria do trabalhador rural e do Beneficio Prestação Continuada (BPC) para idosos. "A questão da idade mínima é geral, vai ser mexida, e já ouvi falar ontem em plenário de parlamentares da base querendo (reduzir) para 62 e 57 anos", concluiu.

Estadão
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