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Demanda por energia elétrica no Brasil amplia perda com quarentenas contra vírus

9 abr 2020 - 17h15
(atualizado às 17h24)
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A demanda por energia elétrica no Brasil tem apresentado quedas de quase 20% nesta semana quando na comparação com o período anterior à adoção de quarentenas ao redor do país para combater a disseminação do coronavírus, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) compilados pela Reuters.

Torres e linhas de transmissão de energia elétrica em Brasília (DF) 
29/08/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
Torres e linhas de transmissão de energia elétrica em Brasília (DF) 29/08/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Os números, um sinal de como as distribuidoras do Brasil terão impacto na demanda por energia, mostram uma redução ainda maior que a verificada nas semanas iniciais das medidas de isolamento, quando o recuo na carga de energia ficou mais próximo de 15%.

Com muitos comércios e empresas obrigados a fechar as portas devido às quarentenas e diversas companhias adotando regime de trabalho remoto para evitar expor funcionários a riscos de contaminação, a demanda por eletricidade tem ficado mais próxima ou até abaixo de níveis vistos em finais de semana antes da pandemia.

Na última quarta-feira, a carga de energia foi de 59.384 megawatts médios, com retração de 18,95% frente à vista em 18 de março, antes da decretação de quarentena no Estado de São Paulo, polo econômico do Brasil.

Na quarta-feira anterior, 2 de abril, a queda frente ao período anterior à pandemia era de 15%.

Mais cedo nesta semana, na segunda e na terça-feira, a demanda recuou 16% e 17,3% na comparação com o período anterior às medidas mais duras de isolamento.

Isso se compara a recuos de 14,6% e 15% vistos na segunda e terça-feira da semana anterior, segundo os dados do ONS.

Os números de carga desta semana ainda ficaram em todos os dias abaixo dos registrados em 15 e 16 de março, último fim de semana antes da adoção em larga escala das quarentenas, o que acontece pela primeira vez desde o agravamento da epidemia no Brasil.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings projetou nesta quinta-feira que as distribuidoras de energia do Brasil devem enfrentar queda de 20% em volumes no segundo trimestre quando na comparação com as estimativas iniciais para o período.

Levando em consideração também um esperado aumento de 20% na inadimplência devido aos efeitos das medidas de isolamento sobre a renda da população, a Fitch projetou que os 10 principais grupos que operam distribuidoras no Brasil verão recuo de cerca de 54% na geração de fluxo de caixa, ou 13 bilhões de reais.

Em meio às perspectivas de impacto da pandemia sobre os negócios de distribuição, o governo publicou nesta quinta-feira uma medida provisória que deverá viabilizar a obtenção de empréstimos para apoiar o caixa das elétricas.

As empresas do setor estimam que precisariam de entre 15 bilhões de reais e 17 bilhões de reais para recompor o fluxo de caixa após os efeitos do vírus.

O Ministério de Minas e Energia ainda não divulgou quanto pretende negociar em empréstimos para o setor e nem quais instituições financeiras podem participar das operações. Os financiamentos devem ser tomados por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para evitar pressionar o endividamento das distribuidoras.

Na semana passada, representantes do ministério tiveram uma reunião com BNDES, Caixa e Banco do Brasil.

Em paralelo, a MP também autoriza o Tesouro a destinar 900 milhões de reais para conceder isenção da conta de luz por três meses para famílias de baixa renda.

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