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CSN vai vender R$2 bi a R$3 bi em ativos em 2018, diz presidente

27 mar 2018 - 13h03
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O presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou nesta terça-feira que a companhia vai realizar em 2018 vendas de ativos de 2 bilhões a 3 bilhões de reais, aproveitando o momento de melhora de seus indicadores operacionais.

"A desalavancagem vai sair este ano, por uma questão de convergir com o melhor resultado operacional nosso", disse Steinbruch a analistas, durante teleconferência sobre os resultados de quarto trimestre divulgados pela CSN na noite da véspera.

"Vocês podem aguardar em 2018 desalavancagem de 2 bilhões, 3 bilhões de reais em termos de vendas de ativos", disse Steinbruch, acrescentando que a CSN deverá entregar este ano aumento de 20 por cento na receita e crescimento na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

Executivos da companhia comentaram que a empresa tem meta de reduzir seu índice endividamento para 3,5 vezes Ebitda até meados de 2019 ante estimativa divulgada no final de 2017 de atingir esse índice até o final de 2018.

A CSN terminou 2017 com alavancagem de 5,66 vezes, acima dos 5,48 vezes do final de setembro, o que desagradou analistas, apesar dos fortes resultados operacionais divulgados.

A equipe do BTG Pactual citou "que o processo de desalavancagem da CSN está abaixo do potencial", indicando que o "mercado continua esperando vendas de ativos, para sinalizar um compromisso mais forte para reduzir os índices de alavancagem no curto prazo".

Já analistas do JPMorgan afirmaram que ficaram "decepcionados em ver a alavancagem subir para 5,7 vezes...ainda estamos esperando progresso adicional na renegociação de dívida e no fronte de desinvestimentos para ajudar a reduzir preocupações sobre a estrutura de capital".

As ações da CSN subiam 0,7 por cento às 12:56, enquanto o Ibovespa oscilava ao redor da estabilidade.

Steinbruch não deu detalhes sobre os ativos que a CSN promete vender neste ano. Entre os ativos frequentemente listados pelo mercado estão ações da rival Usiminas e operação portuária de contêineres no Rio de Janeiro.

O presidente da CSN tampouco deu detalhes sobre as negociações para alongamento de dívida da empresa com a Caixa Econômica Federal. A CSN anunciou no início de fevereiro acordo com o Banco do Brasil e disse que a diretoria da Caixa tinha concordado com as principais condições para um acerto semelhante que ainda não foi assinado. Os dois bancos detêm cerca metade do endividamento da CSN.

Parte da melhora operacional esperada pela CSN neste ano advém de previsão de aumento nos preços do aço no mercado interno. Segundo o diretor comercial da siderúrgica, Luis Fernando Martinez, a CSN vai elevar novamente os preços para indústria e distribuidores em 7,5 por cento em junho. A empresa anunciou reajustes de 25 por cento para montadoras de veículos e de 12 por cento para distribuidores em janeiro, mas Martinez comentou que ao final do primeiro trimestre o preço médio da CSN vai subir entre 6 e 10 por cento.

Segundo Martinez, a CSN tem mais oportunidade de reajustes de preços nos aços laminados a quente, que estão 3 a 5 por cento mais altos que no mercado externo, diferença conhecida no setor como "prêmio". Já em laminados a frio e galvanizados e revestidos a diferença está maior - 5 a 7 por cento nos laminados a frio e 8 a 10 por cento nos zincados - o que limita o espaço para novos aumentos nestes segmentos.

"Nestes dois mercados precisamos ser um pouco mais cuidadosos (com reajustes de preços). Tem mais colchão no quente e no frio e menos nos revestidos", comentou Martinez, acrescentando que a empresa deverá direcionar para o mercado brasileiro exportações de aço que antes fazia aos Estados Unidos.

Embora o diretor comercial da CSN tenha citado que a indústria de construção civil esteja mostrando sinais de recuperação, o presidente da empresa disse em seus comentários finais que a economia ainda não está reagindo na velocidade esperada. "A economia tem condição de reagir muito mais, não justifica essa continuidade nos números de desemprego...o crédito tem que voltar e os juros têm que baixar", disse Steinbruch. "O discurso está sendo diferente da prática", acrescentou.

Em mineração, os planos da CSN são atingir produção de cerca de 30 milhões de toneladas de minério de ferro, que terão uma concentração maior de ferro que a qualidade do material exportado pela empresa no ano passado, afirmaram executivos. Em 2017, a empresa produziu 29,9 milhões de toneladas, queda de 7 por cento.

(Com reportagem adicional de Paula Arend Laier)

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