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Cresce aposta de alta da Selic na próxima reunião do Copom em junho

Apostas de alta da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) em junho já aparecem nas curvas de juros com mais de 50% de probabilidade

6 jun 2018 - 04h03
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A aversão ao risco nos mercados domésticos cresceu ao longo da tarde desta terça-feira, 05, levando os juros a ampliarem a alta, enquanto o dólar também acelerava os ganhos ante o real e a Bolsa batia mínimas. O dólar na casa dos R$ 3,80 ajudou a impulsionar as apostas de alta da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) em junho, que já aparecem nas curvas de juros com mais de 50% de probabilidade. A Selic está em 6,50% e a sinalização do Banco Central tem sido a de que a taxa ficará estável por muitos meses.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 11,35% para 11,80% no fechamento da sessão regular desta terça. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou na máxima de 10,95% (10,57% na segunda-feira) e a do DI para janeiro de 2021 encerrou na máxima de 9,05%, de 8,76% na segunda-feira. O DI para janeiro de 2019 avançou de 6,712% para 6,900% e para janeiro de 2020 foi de 7,62% para 7,89%.

Profissionais já avisavam que a melhora vista anteontem nos ativos não se sustentaria. É longa a lista de fatores negativos: receios de agravamento da crise fiscal após a crise dos combustíveis, possibilidade de mudança na política de reajuste de preços da gasolina, fortalecimento de candidatos com perfil heterodoxo nas pesquisas de intenção de voto para presidente e temor de aumento da ingerência política na área econômica.

Na queda de braço dentro do governo e que já resultou na saída de Pedro Parente da presidência da Petrobrás, o mercado desconfia que a equipe econômica pode ficar enfraquecida e, por isso, adiciona prêmio à curva de juros. Entre os temores do investidor, está a dúvida sobre quem vai pagar a conta dos subsídios ao diesel.

O mercado também piorou à medida em que os leilões extraordinários de contratos de swap cambial do Banco Central no começo da tarde não foram capazes de aplacar a trajetória ascendente da moeda americana. "O dólar ignorou a intervenção e o mercado foi para cima. O DI reagiu, com a leitura de que o nível do dólar pode ser uma preocupação para o BC na inflação", disse um gestor.

Estadão
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