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CORREÇÃO-Vestas e Gamesa disputam contratos com eólicas após Suzlon deixar Brasil, dizem fontes

24 jul 2017 - 10h41
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As fabricantes de equipamentos de energia eólica Vestas e Siemens-Gamesa têm disputado contratos para prestar serviços de operação e manutenção a usinas brasileiras com turbinas da indiana Suzlon, após a companhia anunciar na semana passada o encerramento das atividades no país, disseram à Reuters três fontes com conhecimento direto do assunto.

A Suzlon tem quase 700 megawatts em aerogeradores em operação em parques eólicos no Brasil, e um grupo de clientes formado por grandes empresas como CPFL Renováveis, Queiroz Galvão, Cubico e um fundo do banco Votorantim. A empresa havia chegado ao país em 2006.

A saída da fabricante foi avisada com antecedência aos clientes, que chegaram a contratar funcionários da Suzlon para montar equipes próprias de operação e manutenção, mas esse arranjo é temporário, e provavelmente os geradores fecharão em breve contratos de longo prazo com novas empresas para os serviços de O&M, disse uma das fontes.

"A Vestas está oferecendo, a Gamesa, e empresas independentes também... tem um apetite muito grande do mercado, dos outros fabricantes, para assumir esses contratos de operação e manutenção", afirmou a fonte, que falou sob a condição de anonimato porque as conversas são sigilosas.

De acordo com a segunda fonte, a Vestas viu a saída da Suzlon como uma oportunidade para crescer na prestação de serviços a parques eólicos no Brasil e avalia os possíveis negócios, o que inclui negociações em andamento com a Queiroz Galvão, embora um contrato ainda não tenha sido assinado.

As fontes não quiseram comentar os valores envolvidos nos contratos.

Procurada, a Siemens-Gamesa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A Vestas disse que "tem como política não comentar contratos que ainda não são públicos".

O banco Votorantim não quis comentar. CPFL Renováveis, Queiroz Galvão e Cubico não responderam pedidos de comentário sobre a busca por novos contratos de O&M.

A Vestas ressaltou, no entanto, que inaugurou no início deste ano um centro de manutenção no Rio Grande do Norte para ter melhor logística no fornecimento de peças e equipamentos para serviços e montagem de parques eólicos na região.

"A manutenção de turbinas eólicas é uma das linhas de atuação da Vestas no Brasil, tanto as fabricadas pela companhia como de outras marcas", disse a companhia dinamarquesa em nota.

O mercado de energia eólica do Brasil cresceu fortemente nas últimas duas décadas, impulsionado por generosos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Atualmente os parques eólicos respondem por cerca de 7 por cento da matriz elétrica brasileira, ou 10,8 gigawatts em capacidade instalada, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O país atraiu fornecedores globais do setor, como GE, Vestas, Nordex-Acciona, Siemens-Gamesa e Wobben Enercon, além da local WEG, mas uma redução no ritmo de contratação de novas usinas desde 2015 intensificou fortemente a concorrência no mercado de fabricantes.

A saída da Suzlon aconteceu após a empresa perder gradualmente a força no país depois de não conseguir atender exigências de conteúdo local do BNDES, o que reduziu a competitivdade de seus equipamentos.

A empresa disse que a decisão foi "consequência de múltiplos fatores que são únicos do Brasil" e que está em contato com os clientes para garantir que os serviços de operação e manutenção não sejam interrompidos.

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