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Conselho de Administração do BNDES exonera diretor de Participações

Laloni estava em licença do cargo desde a última sexta-feira, 11, oficialmente 'por motivos pessoais', mas a relação entre a diretoria do BNDES e técnicos da área responsável pela gestão de participações acionárias estava marcada por tensões sobre a melhor forma de acelerar as vendas de ações

17 out 2019 - 23h41
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O Conselho de Administração do BNDES decidiu nesta quinta-feira (17) exonerar o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto, André Laloni. A informação foi antecipada pelo presidente do conselho do banco estatal, Carlos Thadeu de Freitas, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Na semana passada, Laloni pediu licença após embate com o corpo técnico sobre a forma de venda de ações do banco. A AFBNDES chegou a cobrar explicações do banco e alertou para o desvirtuamento das regras internas nessas operações. Segundo Freitas, o conselho resolveu exonerar o diretor apesar de a diretoria querer dar uma licença não remunerada até o final do ano. Freitas considera que a exoneração representa um fortalecimento da governança do BNDES.

Laloni estava em licença do cargo desde a última sexta-feira, 11. Oficialmente, o BNDES informou que o afastamento foi pedido "por motivos pessoais", mas a relação entre a diretoria do BNDES e técnicos da área responsável pela gestão da carteira de participações acionárias estava marcada por tensões e divergências em torno da melhor forma de acelerar as vendas de ações.

Laloni, que fez carreira no mercado financeiro e foi diretor financeiro da Caixa no primeiro semestre, foi indicado para a diretoria do BNDES em julho e assumiu os trabalhos no fim de agosto, com a missão de vender a carteira de participações societárias, uma das metas colocadas ainda para este ano pelo presidente Gustavo Montezano.

Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, ao pedir a licença o diretor teria levado em conta uma suposta falta de apoio dos demais colegas de diretoria durante um embate em torno da mudança de normativos internos, materializado na tentativa do BNDES de aderir à oferta pública de ações do Banco do Brasil (BB) de posse do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), feita pela Caixa.

Confirmada no último dia 3, a oferta deverá movimentar R$ 5,7 bilhões, incluindo na venda de papéis em posse do próprio BB - a diretoria do BNDES queria incluir na operação cerca de R$ 1 bilhão em ações do BB de posse da União, que estão com o banco de fomento para serem vendidas.

O tom das tensões se elevou com a destituição de Luciana Tito do cargo de superintendente responsável pelas atividades operacionais na Área Jurídica na quinta-feira, 3, como revelou o Estado. A AFBNDES, associação de funcionários do BNDES, organizou um ato no dia 7 para cobrar publicamente explicações da diretoria. De lá para cá, a situação ficou insustentável. Segundo uma fonte que pediu para não se identificar, o resultado foi uma paralisia nas vendas das ações.

Estadão
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