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Conab cita "impacto climático" e corta estimativa para safra de milho do Brasil

12 jun 2018 - 09h53
(atualizado às 10h23)
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O Brasil deverá produzir 58,2 milhões de toneladas de milho na segunda safra deste ano, cuja colheita recém começou, projetou nesta terça-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que em maio apostava em um volume maior, de 62,9 milhões.

Plantação de milho em Santo Antônio do Jardim 06/02/2014 REUTERS/Paulo Whitaker
Plantação de milho em Santo Antônio do Jardim 06/02/2014 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O corte decorre de "impactos climáticos", destacou a Conab, referindo-se à estiagem entre abril e maio que afetou as lavouras em uma fase importante de desenvolvimento, uma vez que tinham sido plantadas fora da janela ideal após o atraso na colheita de soja.

"Apesar de a temperatura não ter alcançado valores tão elevados ao longo de abril e maio, o déficit hídrico foi bem relevante no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, em parte de Minas Gerais, Goiás, na região produtora do Maranhão, Piauí e Tocantins, o que reduziu a produtividade média", afirmou a Conab, em relatório.

A companhia espera que o país colha, em média, 5,029 toneladas por hectare, frente a 5,564 toneladas em 2016/17.

A produção, caso se confirme, representaria um tombo de 13,6 por cento ante o recorde de 67,38 milhões de toneladas observado no ciclo anterior. Isso tende a elevar os preços do cereal no mercado doméstico, pressionando a indústria de carnes, que depende da commodity para rações.

Segundo a Conab, a safra total de milho, considerando-se também a colheita de verão, já finalizada, deve alcançar 85 milhões de toneladas em 2017/18, contra 89,20 milhões na previsão de abril e 97,84 milhões em 2016/17.

Apesar de uma menor oferta neste ano, a Conab ainda mantém sua projeção de exportação de 32 milhões de toneladas pelo Brasil, acima das quase 31 milhões do ano passado.

SOJA

Com relação à soja, a Conab voltou a elevar sua estimativa de produção a um novo recorde, agora em 118,04 milhões de toneladas, de 116,99 milhões na previsão passada e 114,07 milhões em 2016/17.

A oleaginosa levantou preocupações durante o plantio por causa de uma seca, mas depois o tempo melhorou e, durante a colheita, o mercado se surpreendeu com boas produtividades.

O país é o maior exportador global da commodity em grão. Segundo a Conab, deve embarcar 72 milhões de toneladas neste ano, ante 69 milhões na estimativa de maio e 68,15 milhões no ano anterior.

Apesar da revisão para cima na soja, a redução no milho deve pesar sobre o total de grãos e oleaginosas que o Brasil deve produzir em 2017/18. A Conab cortou sua estimativa para 229,70 milhões de toneladas, de 232,60 milhões anteriormente e 237,7 milhões em 2016/17.

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