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Como o IOF mais alto afeta empréstimos para pessoas físicas e empresas? Veja simulações

O presidente Jair Bolsonaro aumentou o imposto para bancar o Auxílio Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família

17 set 2021 - 22h05
(atualizado em 22/9/2021 às 21h00)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro decidiu aumentar a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito para empresas e pessoas físicas já a partir da próxima segunda-feira, 20. O dinheiro arrecadado será usado para bancar o Auxílio Brasil, programa proposto pelo governo para substituir o Bolsa Família.

A medida encarece os empréstimos no momento em que a taxa básica de juros - que serve como parâmetro para os bancos - também está subindo. Ou seja, além de juros maiores, o imposto cobrado sobre as operações também aumentará.

De acordo com o decreto publicado nesta sexta-feira, 17, as novas alíquotas diárias do IOF são as seguintes: para pessoas físicas, subirá de 0,0082% (alíquota anual de 3,0%) para 0,01118% (alíquota anual de 4,08%). Nas operações para empresas, a nova taxa será de 0,00559% (alíquota anual de 2,04%), contra 0,0041% (o equivalente a alíquota anual de 1,5%) da atual.

Mas o que esses números significam na prática? O diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) Miguel de Oliveira fez duas simulações (veja no infográfico abaixo).

Para Oliveira, é muito ruim o governo ter aumentado por decreto o imposto em um momento em que a "economia está andando de lado" e as expectativas se deterioram semana a semana, com estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) muito próximas de zero em 2022.

"A inadimplência está mais alta e a queda de renda se acentua com inflação acelerada, a taxa básica de juros impacta com altas consecutivas dos juros cobrados nos empréstimos", pontua o economista sobre o cenário atual. "De um lado, sobe os juros e agora, sobe o imposto. Isso agrava o quadro de consumo, impacta negativamente os financiamentos e dificulta ainda mais qualquer recuperação", diz.

Busca por fonte de financiamento

O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, disse nesta sexta que a solução para o Auxílio Brasil depende da solução da questão dos precatórios e da criação de uma fonte de financiamento.

Em evento organizado pela XP Investimentos e Fucape Business School, Funchal observou que a solução desses impasses tem de ocorrer ainda em 2021, já que a legislação proíbe a criação de um programa de distribuição de renda em ano eleitoral.

"Como tem de implementar este ano, a lógica é: terminando o auxílio emergencial, cai no novo programa, ou seja, nos últimos dois meses", disse. "A gente tem a compensação, aprovando o Imposto de Renda, para 2022 e 2023, e precisa para novembro e dezembro. O IOF, uma parte da explicação, é para compensação do Auxílio Brasil de R$ 300."

Estadão
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