Comitê da Petrobras aprova indicação de Paes de Andrade para presidência da estatal
Indicação do executivo para o conselho e a presidência da Petrobras foi aprovado pela maioria dos integrantes do comitê, mas a decisão não foi unânime
RIO - O Comitê de Pessoas da Petrobras deu aval ao nome de Caio Paes de Andrade para comandar a estatal. Formado em Comunicação Social e sem experiência no setor de petróleo, o atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia ainda terá que passar pela avaliação do Conselho de Administração da empresa, que deve se reunir na próxima segunda-feira para debater o tema.
O comitê responsável por analisar os currículos de indicados a cargo de chefia na Petrobras se reuniu no final da tarde e recomendou a nome de Paes de Andrade por maioria. Segundo fontes, o placar foi de 3 votos a favor e um contra.
Em fato relevante divulgado pela companhia, o comitê considerou que o executivo preenche os requisitos previstos na Lei das Estatais, ao decreto nº 8.945/16, que trata sobre o estatuto jurídico das empresas públicas e na Política de Indicação de Membros da Alta Administração da Petrobras.
A reunião do Conselho de Administração deve ser realizada na segunda-feira para dar tempo dos atuais membros do órgão analisarem o relatório preparado pelo comitê, que será divulgado no site da Petrobras em até sete dias úteis.
A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro), com apoio da Federação Única dos Petroleiros (Fup) e sindicatos filiados, já anunciou que pretende entrar com ação na Justiça e uma reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para tentar reverter a decisão de liberar o nome de Paes de Andrade.
O executivo irá substituir José Mauro Coelho no comando da estatal, que renunciou na última segunda-feira. A mudança na presidência, segundo fontes próximas ao assunto, é o primeiro passo para a troca de toda a diretoria da estatal, nomeando executivos mais alinhados com os planos do governo de segurar o preço dos combustíveis por um período mais longo, em uma tentativa de segurar a inflação em ano eleitoral.
Durante a semana, o Planalto pressionou para que o conselho se reunisse para votar ainda na noite de sexta-feira, horas depois da entrega do parecer do Celeg, o que não teve o apoio dos membros do Conselho. Uma fonte informou que argumento do Conselho de Administração da Petrobras, acolhido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), é de que a melhor estratégia seria dar todo o fim de semana para que os conselheiros da empresa analisem "com calma" o relatório do Celeg. Assim se evitaria possíveis críticas de que o processo foi apressado.