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Comissão adia para 8 de maio votação de relatório da MP da Eletrobras

25 abr 2018 - 13h27
(atualizado às 15h11)
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Uma Comissão Mista criada no Congresso Nacional para analisar a medida provisória 814/2017, que trouxe mecanismos para viabilizar a privatização da Eletrobras e suas subsidiárias de distribuição de energia, adiou a votação de seu relatório final para 8 de maio, segundo informações do site do Senado.

Linhas de transmissão de energia em Brasília
31/08/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
Linhas de transmissão de energia em Brasília 31/08/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Em reunião nesta quarta-feira, o deputado Julio Lopes (PP-RJ), relator da MP 814 no colegiado, chegou a apresentar suas propostas de alteração no texto, mas foi concedido um pedido de vistas coletivo para a matéria, o que postergou uma decisão.

No relatório, Lopes incorporou diversas alterações à MP original, a começar pela retirada do texto de um dispositivo que excluía a Eletrobras e suas subsidiárias do Programa Nacional de Desestatização (PND) com o objetivo de permitir o avanço da privatização da companhia, que o governo quer realizar até o final do ano.

Lopes argumentou que a exclusão da estatal do PND já foi consumada e não poderia ser cancelada pela MP.

O parlamentar também aprovou mudanças no texto para permitir à União a concessão de novas outorgas, de 30 anos, para hidrelétricas da Eletrobras cujos contratos vencem até 2025, "o que inclui a usina de Tucuruí", segundo o relatório.

Como contrapartida, 50 por cento dos "recursos adicionais provindos dessas novas outorgas" deverão ser destinados a abater encargos na conta de luz, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

As propostas de Lopes preveem ainda a inclusão na MP de uma mudança legislativa para possibilitar o fim de uma guerra judicial entre empresas e governo pelo chamado "risco hidrológico" nos contratos de geração de energia.

Ele aprovou emenda que prevê afastar dos operadores de hidrelétricas impactos no faturamento decorrentes de questões não ligadas à hidrologia, como a geração de termelétricas emergenciais (fora da ordem de mérito). Em troca desse benefício, os geradores precisariam retirar ações judiciais movidas contra o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para evitar perdas com o risco hídrico.

Angra e distribuidoras

O relatório de Lopes para a MP tenta ainda viabilizar a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3, da Eletrobras, ao propor aprovação de uma emenda que estabelece que o governo poderá revisar o contrato do empreendimento, elevando seu preço de venda da produção.

Executivos da Eletrobras têm defendido que só um aumento na tarifa a ser praticada pela usina poderia tornar sua execução possível, após fornecedores terem abandonado sua construção ainda em 2015.

Segundo o texto de Lopes, um novo preço para a energia de Angra 3 deverá ser estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), formado por autoridades do governo.

Ele ainda aprovou emenda para que funcionários das seis distribuidoras de energia que a Eletrobras pretende vender até junho tenham direito a indenizações no valor de até dois anos de salários em caso de demissão sem justa causa após a desestatização das empresas.

Os pagamentos seriam feitos com recursos de uma conta da União a ser abastecida com a arrecadação de pagamentos por bônus de outorga.

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