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Com Trump indicando mais tarifas, empresas dos EUA preparam enfrentamento público

13 set 2018 - 02h11
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Após meses numa guerra de bastidores contra as tarifas do presidente Donald Trump, que cresceram muito além do que empresários imaginavam, mais de 60 grupos industriais dos EUA estão lançando uma coalizão para tornar a briga pública.

O surgimento do grupo, Americans for Free Trade (Norte-americanos pelo Livre Comércio), surge após Trump se acostumar ao uso de tarifas, implementando bilhões de dólares no esforço para usá-las como ameaça para ganhar concessões ou na crença de que elas criarão empregos nos EUA.

"Muitos outros grupos pensaram que isso não iria tão fundo, mas o efeito das tarifas finalmente fez com que todos dissessem: 'Chega, é o suficiente'", disse Nicole Vasilaros, lobista da Associação Nacional de Fabricantes Marítimos, cujos membros avaliam demitir trabalhadores após verem os custos subirem até 35 por cento.

Trump impôs tarifas de 25 por cento sobre bens chineses no valor de 50 bilhões de dólares, principalmente maquinário industrial e componentes eletrônicos intermediários, como chips.

Uma lista pendente de 200 bilhões de dólares pode estender os impostos para bens de consumo, e a ameaça de mais 267 bilhões de dólares cobriria basicamente todas as exportações chinesas para os EUA. A China ameaça retaliar, o que pode incluir ações contra empresas norte-americanas que operam no país.

A coalizão de negócios inclui grupos que representam algumas das maiores empresas do país. Entre elas, o Instituto Norte-Americano de Petróleo - que representa as maiores refinarias como a Exxon Mobil e a Chevron - e a Associação de Líderes da Indústria de Varejo, que representa empresas como Target e Autozone.

"Tem havido muito trabalho que vem acontecendo nos últimos oito meses para tentar convencer o presidente e a administração de que as tarifas não vão funcionar. Nossa visão é que não é tarde demais", disse Dean Garfield, presidente-executivo do Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação, cujos membros incluem Microsoft, Alphabet e Apple.

Poucos levaram a sério as ameaças de Trump durante a campanha, na qual ele ameaçava impor mais tarifas e acabar com a participação dos Estados Unidos na Parceria Transpacífico, um grande pacto comercial multinacional.

Trump demonstrou desde então que estava falando sério sobre as tarifas, aumentando os ataques à China, ameaçando as taxas de importação de carros e pressionando por um Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) mais favorável aos EUA, mesmo correndo o risco de acabar com o pacto.

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