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Com queda acima de 2%, ações da Petrobras impedem alta do Ibovespa

17 set 2019 - 11h17
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Investidores na B3 continuam acompanhando os desdobramentos dos ataques em instalações sauditas de petróleo no fim de semana, à medida que isso ainda segue gerando dúvidas sobre os impactos sobretudo na economia mundial. Os mercados acionários do exterior estão em sua maioria em baixa moderada, e o Ibovespa vai na mesma direção.

Às 10h51 desta terça-feira, 17, o Ibovespa cedia 0,08%, aos 103.595,87 pontos.

Por aqui, o foco deve permanecer principalmente na Petrobras, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, telefonar para o presidente da estatal pedindo esclarecimentos sobre os possíveis impactos do petróleo, que na segunda-feira, 16, disparou quase 15%. Conforme Bolsonaro, a estatal deve manter os preços da gasolina e de outros derivados até a estabilização da cotação do óleo bruto no mercado internacional.

O telefonema de Bolsonaro pode ser mal visto por investidores, podendo limitar algum possível ganho dos papéis da estatal na B3.

"É ruim para a empresa em termos de reajuste, passa a ideia de interferência política", observa uma fonte, acrescentado que a questão "volta" a ser colocada sob responsabilidade da Petrobras, cujas ações cedem acima de 2,00%, também repercutindo a informação de que a Arábia Saudita estaria prestes a retomar sua produção. Já Gol liderava a lista de altas (4,68%).

André Perfeito, economista-chefe da Necton, concorda que a iniciativa do presidente pode gerar desconforto, pois sugere interferência política nos preços da companhia, indicando que o governo estaria tentando transmitir uma mensagem de alívio especialmente para os caminhoneiros, e não para o mercado. "Foi uma atitude rápida, indicando que pode ser para tentar tranquilizar a categoria".

"Essa questão do petróleo pode ser boa para a nossa balança, mas não parece ser uma indicação favorável para o mercado", reforça Perfeito.

Apesar de ser um fator que pode favorecer a balança comercial brasileira, o avanço da commodity tende a gerar inflação.

Caso seja estabelecido um novo nível das cotações do petróleo e derivados no mercado internacional e a Petrobras decidir promover um reajuste nas refinarias de 10% nos preços da gasolina e do diesel, o impacto total esperado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seria de 0,18 ponto porcentual, informa em nota a LCA Consultores. Já nos índices gerais de preços (IGPs), a consultoria estima influência de 0,33 ponto porcentual.

Estadão
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