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Coronavírus

Mercados internacionais fecham em queda com pacote fiscal nos EUA e covid-19 no radar

Viés negativo vem em meio à propagação do novo coronavírus, que, na segunda-feira, 26, ultrapassou a marca de 43 milhões de infectados, com mais de 1,1 milhão de mortos

27 out 2020 - 07h40
(atualizado às 18h17)
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As Bolsas da Ásia, da Europa e de Nova York fecharam majoritariamente em baixa nesta terça-feira, 27, ainda pressionadas pela disseminação da covid-19 e pela falta de um novo acordo fiscal nos Estados Unidos, e também na esteira do fraco desempenho dos mercado acionários americanos.

O viés negativo vem em meio à propagação do novo coronavírus, que, na segunda-feira, 26, ultrapassou a marca de 43 milhões de infectados, com mais de 1,1 milhão de mortos. A situação é particularmente delicada na Europa e nos EUA, que vêm registrando recordes de novos casos diários.

A União Europeia informou hoje que não espera que toda a região seja vacinada antes de 2022. Na última segunda-feira, 26, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a Europa como epicentro da doença.

Além disso, o governo dos EUA e a oposição permanecem num impasse em negociações por um novo pacote fiscal que ajude o país a superar os efeitos da pandemia - e tudo indica que ele deve vir apenas depois das eleição de 3 de novembro. Após confirmar a nomeação da juíza Amy Coney Barrett à Suprema Corte, sob oposição firme de democratas, o Senado americano entrou em recesso até depois da votação que vai eleger o novo presidente dos Estados Unidos.

Bolsas da Ásia

O índice japonês Nikkei teve perda marginal de 0,04% em Tóquio e o Hang Seng recuou 0,53% em Hong Kong, após não operar na segunda devido a um feriado local -, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,56% em Seul e o Taiex registrou modesta queda de 0,26% em Taiwan.

Os mercados chineses foram exceção positiva nesta terça, com investidores à espera de novidades de uma reunião do Partido Comunista da China nesta semana para definir o plano econômico da segunda maior economia do mundo para os próximos cinco anos. O Xanghai Composto avançou 0,10%, interrompendo uma sequência de quatro pregões negativos, e o Shenzhen Composto subiu 0,54%. Dados oficiais mostraram que o lucro de grandes empresas industriais da China teve expansão anual de 10,1% em setembro, menor do que o ganho de 19,1% visto em agosto.

Na Oceania, a Bolsa australiana ficou no vermelho pela quarta sessão consecutiva, o que não acontecia há cinco semanas. O S&P/ASX 200 caiu 1,70% em Sydney.

Bolsas da Europa

No noticiário corporativo, os três principais balanços divulgados hoje ajudaram a aquecer os negócios, mas, ao longo da sessão, os ganhos se reverteram. As ações do HSBC, que chegaram a subir 6%, tiveram alta de 3,37%, enquanto as do Santander caíram perto de 1,46%, após subirem mais de 3%. A BP teve queda de 2,13%.

O índice Stoxx 600 teve queda de 0,95%, enquanto a bolsa de Frankfurt perdeu 0,93%, Paris recuou 1,77% e Londres perdeu 1,09%. Milão, Madri e Lisboa caíram 1,53%, 2,14%, e 1,83% cada.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única hoje, enquanto investidores digeriram indicadores econômicos e balanços corporativos. O persistente avanço do coronavírus impediu os negócios de se firmarem no azul, mas o bom desempenho do setor de tecnologia ajudou o Nasdaq a terminar com ganhos.

O índice Dow Jones encerrou em baixa de 0,80%. O S&P 500 cedeu 0,30%. O Nasdaq subiu 0,64%, a 11.431,35 pontos. A ação da Microsoft se elevou 1,51%, à espera do balanço da gigante do Vale do Silício, que sairia depois do fechamento dos mercados. Os papeis de Caterpillar (-3,27%), 3M (-3,13%) e Pfizer (-1,24%) apareceram como destaques negativos, em reação a resultados trimestrais decepcionantes.

Petróleo

O petróleo fechou o pregão desta terça-feira em alta, em um movimento de recuperação após uma forte queda na sessão anterior. A commodity energética foi impulsionada pela fraqueza do dólar, o que deixa os contratos mais baratos e atrativos para detentores de outras divisas, e pela perspectiva de redução da oferta com o avanço do furacão Zeta em direção ao Golfo do México.

"Os preços do petróleo hoje, encontrando apoio de mercados de ações mais benignos, estão se recuperando um pouco após suas perdas pronunciadas ontem", afirma o chefe de Pesquisa em Commodities do Commerzbank, Eugen Weinberg. A commodity encontrou apoio na fraqueza do dólar em relação às principais divisas e na possibilidade de o furacão Zeta atingir o Golfo do México e afetar a produção de petróleo na região.

Em resposta, o barril do WTI para dezembro avançou 2,62%, a US$ 39,57, enquanto o contrato do Brent para janeiro, que agora é o mais líquido, subiu 1,96%, a US$ 41,61 o barril./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

Estadão
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