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Colnago recua e descarta congelamento de salário mínimo e BPC

19 set 2019 - 13h27
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O secretário especial adjunto de Fazenda, Esteves Colnago, afirmou nesta quinta-feira que salário mínimo e Benefício de Prestação Continuada (BPC) não serão congelados, recuando de declaração dada mais cedo, quando disse que o tema estava sob análise no governo.

Secretário especial adjunto de Fazenda, Esteves Colnago
16/07/2018
REUTERS/Paul Hanna
Secretário especial adjunto de Fazenda, Esteves Colnago 16/07/2018 REUTERS/Paul Hanna
Foto: Reuters

"Eventuais estudos sobre desindexação não alcançarão salário mínimo e BPC, isso está decidido", afirmou Colnago à Reuters.

Ele acrescentou que "outras coisas" estão efetivamente em discussão no âmbito do desejo do governo de desobrigar e desvincular, citando, por exemplo, os recursos que ficam parados no Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).

"Até para manter o estudo das outras coisas, é importante que isso fique claro, não estamos olhando para o salário mínimo e o BPC", disse.

Mais cedo, ao ser questionado especificamente sobre a possibilidade de que os salários mínimos não sofressem mais reposição nominal, deixando portanto de serem corrigidos pela inflação, o secretário havia respondido que o assunto estava na mesa da equipe econômica, mas sem qualquer decisão tomada.

"Chegou o momento de a gente olhar o teto (de gastos) para aquilo que ele foi feito. Para que que o teto foi feito? Para você revisar despesas obrigatórias", afirmou ele a jornalistas, após participar de abertura de seminário sobre energia.

"Isso tudo está em discussão: congelamento de progressão de servidor público, congelamento de salário (mínimo), revisão de indexação, isso tudo está (sendo) olhado", acrescentou.

Em relação à mudança de posição, Colnago afirmou que não teria sido "claro o suficiente" pela manhã, e que estava agora sendo "mais explícito".

O secretário já havia frisado que eventual desindexação do salário mínimo demandaria a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pelo Congresso.

Hoje, a Constituição determina que o salário mínimo deve ser atualizado pela inflação, para que não haja perda do poder de compra. Nos últimos anos, o governo adotou fórmula de cálculo que implicava aumento real no salário mínimo atrelado ao crescimento da economia.

Para o projeto de lei orçamentária de 2020, contudo, a equipe econômica considerou apenas a reposição pela inflação medida pelo INPC.

Nas contas do governo, cada 1 real de aumento no salário mínimo desencadeia necessidade adicional de cerca de 300 milhões de reais em gastos da União.

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