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Colheita de soja chegará antes no Paraná após plantio super acelerado, diz analista

21 set 2018 - 19h16
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A colheita de soja 2018/19 no Paraná, segundo produtor da oleaginosa do Brasil, deverá começar ao final de dezembro, bem mais cedo do que o registrado na safra anterior, beneficiando um mercado que estará com estoques mínimos após uma forte demanda da China, disse o analista Fernando Muraro, da AgRural, nesta sexta-feira à Reuters.

A avaliação foi feita após a AgRural divulgar o plantio de soja mais antecipado da história, segundo série da consultoria que tem 12 anos, com boa umidade no solo após chuvas permitindo uma semeadura acelerada.

O Paraná tem uma safra de soja estimada pelo governo do Estado em quase 20 milhões de toneladas, de um total recorde de 120,3 milhões de toneladas previstas pela AgRural para o Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.

Se fosse um país, o Paraná seria um dos maiores produtores globais da oleaginosa, superando a China, principal importador do produto, com colheita estimada em 15 milhões de toneladas.

A situação é diferente do que aconteceu no ano passado, quando o Paraná teve um setembro seco que atrasou o plantio e consequentemente a colheita, resultando em um atraso no posterior plantio de milho segunda safra, que ficou mais sujeito a intempéries climáticas.

"Uma parte da soja chega em dezembro, mas a grande maioria chega em janeiro. Vai ter muita soja em janeiro no Paraná e por consequência haverá um plantio de milho dentro da janela ideal", afirmou Muraro.

Segundo o analista, o oeste e norte do Paraná estão muito acelerados no plantio.

O Estado prevê safra de 19,6 milhões de toneladas em 2018/19, o que seria um crescimento de 3 por cento ante 2017/18, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). Caso se confirme, a produção paranaense ficaria ligeiramente abaixo do recorde de 19,9 milhões de toneladas alcançado em 2016/17, segundo Deral.

ALÍVIO

Uma colheita antecipada deverá ser um alívio para uma indústria de soja do Brasil que poderá enfrentar margens de esmagamento negativas no quarto trimestre, diante dos altos preços da matéria-prima, alertou nesta sexta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Os preços da soja no Porto de Paranaguá estão em 96 reais por saca, oscilando próximos dos maiores valores desde meados de 2016.

"É bom que tenha soja logo, vamos terminar o ano sem estoque. Está tudo ótimo, a primeira soja tem um preço melhor, a guerra comercial dos EUA com a China puxou a demanda pelo Brasil", continuou o analista, ressaltando que o produto colhido primeiro em janeiro deve ter como destino as indústrias locais.

Mas uma colheita prematura indica que o Brasil também poderá ter boas exportações já em fevereiro, segundo Muraro.

Já o plantio em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, começou ligeiramente antes registrado no mesmo período do ano passado.

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