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Colheita de café robusta do ES perto do fim, diz Cepea; safra de arábica preocupa

16 jul 2019 - 16h47
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A colheita de café robusta do Espírito Santo, maior produtor dessa variedade do país, está caminhando para o final, enquanto a qualidade dos grãos arábica preocupa em algumas áreas do Brasil, avaliou nesta terça-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Grãos de café torrados em uma loja Juan Valdez em Bogotá. 
REUTERS/Luisa Gonzalez
06/06/2019
Grãos de café torrados em uma loja Juan Valdez em Bogotá. REUTERS/Luisa Gonzalez 06/06/2019
Foto: Reuters

"Os trabalhos avançaram rapidamente nos últimos meses e, até a última semana, de 80% a 95% dos grãos haviam sido colhidos no Estado capixaba", afirmou em nota o Cepea, da Esalq/USP.

Segundo colaboradores do Cepea, as atividades no Espírito Santo, que responde por cerca de 70% da colheita nacional de robusta, também chamado conilon, devem ser finalizadas até o final de julho.

Já em Rondônia, segundo produtor nacional dessa variedade, a colheita foi encerrada na última semana.

No geral, disse o Cepea, a percepção do setor é que a produção de robusta do Brasil deve ser levemente superior à estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apontou em maio 13,9 milhões de sacas de 60 kg para o Brasil.

"Isso porque, apesar da redução na Bahia, por conta dos impactos do veranico, agentes acreditam que a boa produção no Espírito Santo deve resultar em colheita nacional mais próxima de 15 milhões de sacas", comentou o Cepea.

CAFÉ ARÁBICA

Quanto ao arábica, principal variedade cultivada no Brasil e que responde por grande parte da exportação do maior exportador global, os trabalhos de colheita também "vêm avançando com força, sendo que a maior parte deve ser colhida ainda neste mês, restando apenas as catações finais para agosto".

As praças mais adiantadas ainda são o Noroeste do Paraná e Garça (SP), com os trabalhos atingindo de 70% a 80% da área em ambas as regiões até a última semana, disse o Cepea. Na Mogiana (SP) e na Zona da Mata (MG), as atividades estavam entre 60% e 75% do total.

Já no Sul e Cerrado Mineiro a colheita avançou para 60% e 70%, respectivamente.

O avanço da colheita está em linha com o relatado nesta terça-feira pela Cooxupé, maior cooperativa cafeeira do mundo que atua principalmente em Minas Gerais, que apontou que a colheita dos cooperados atingiu 66,4% da área total na semana encerrada em 12 de julho.

Segundo última estimativa da Conab, o Brasil deverá produzir 50,92 milhões de sacas de 60 kg de café em 2019, uma redução de 17,4 por cento ante 2018, com impacto da bienalidade negativa da safra de arábica este ano.

QUALIDADE

A qualidade da safra de arábica, acrescentou o Cepea, preocupa a maior parte dos agentes consultados, porque a bebida e o aspecto aquém do esperado foram observados em todas as regiões, segundo o centro de estudos.

"Problemas com peneira inferior e incidência de broca também têm sido relatados mais pontualmente em algumas localidades, especialmente no Cerrado e na Zona da Mata", disse o órgão, em linha com avaliação de especialistas ouvidos pela Reuters anteriormente.

Quanto à produção de arábica, colaboradores do Cepea acreditam em números mais próximos do estimado pela Conab, de 36,9 milhões de sacas.

"Isso porque, além da bienalidade negativa, o rendimento no beneficiamento dos grãos tem sido inferior ao da temporada 2018/19", disse.

Apesar de a colheita caminhar para o fim no país, as negociações no mercado físico estiveram limitadas nos últimos dias, em meio a notícias sobre o impacto de geadas.

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