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CNA prevê alta de 2% no PIB do agronegócio e de 4,3% no valor da produção em 2019

5 dez 2018 - 12h53
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Brasília, 5/12/2018 - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e alta de 4,3% no Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade agropecuária dentro da porteira, em 2019, sobre 2018. De acordo a entidade, o desempenho positivo ocorrerá por causa da safra de grãos maior, com fatores climáticos favoráveis, além de uma base de comparação menor. A perspectiva para 2018 é que o PIB do agronegócio recue 1,6% e o faturamento caia 4,2% ante 2017.

Segundo a CNA, o setor foi prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros e o tabelamento de fretes rodoviários, que encareceu o preço dos insumos agropecuários e afetou a comercialização da produção primária em 2018. O setor de distribuição tem estimativa de recuo de 2,7% em 2018. Dentro da cadeia do agronegócio, apenas o segmento de insumos terá resultado positivo, puxado pela alta de 19% dos preços dos fertilizantes neste ano. Apesar do câmbio mais alto, houve crescimento de demanda a partir de agosto, justamente pelas boas perspectivas de safra para 2019.

Além dos problemas institucionais, com a paralisação dos motoristas e a tabela de fretes, produtores também conviveram com o clima desfavorável, o aumento dos custos de produção e a queda dos preços e de rentabilidade em 2018, segundo a CNA. No entanto, o setor foi destaque nas exportações, com receita de US$ 93,3 bilhões de janeiro a novembro, alta de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado, ou 42% das vendas externas totais do País, informou.

"A agropecuária também deu importante contribuição na geração de empregos, com um saldo positivo de 74,5 mil postos de trabalho, 10% do total, sendo o quarto segmento que mais ofertou vagas no País", relatou a entidade, que realiza neste momento evento em sua sede, em Brasília, para o balanço de 2018 e as perspectivas de 2019.

Impactos na inflação

Dados da CNA mostram que, em maio, antes da paralisação e do tabelamento, o setor contribuía para a queda dos preços dos alimentos, com deflação de 3,8%, além de manter o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2,86%, no acumulado anual, abaixo da meta estipulada pelo governo.

Depois do movimento dos caminhoneiros, a partir de junho, o grupo de alimentos em domicílio passou a ter altas consecutivas e o IPCA foi de 1,26%, somente naquele mês, a maior taxa para o período desde 1995. No período de 12 meses, até junho, a inflação saltou para 4,39%.

Desde então, a inflação passou a ficar mais próxima da meta, de 4,5% ao ano, e o grupo de alimentos em domicílio (no qual estão incluídos os produtos agropecuários) tem inflação superior a 3%.

* O jornalista viajou a convite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

Estadão
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