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Clima preocupa cafeicultores e safra de café dependerá de chuvas até março, diz Cooxupé

13 fev 2019 - 19h00
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O tempo seco e elevadas temperaturas nas principais regiões produtoras de café do Brasil em janeiro são motivos de preocupação para os cafeicultores, mas uma melhora climática poderia evitar maiores problemas para a safra que começa a ser colhida em mais alguns meses, afirmou nesta quarta-feira a Cooxupé, maior cooperativa cafeeira do Brasil.

21/3/2018 REUTERS/Roberto Samora
21/3/2018 REUTERS/Roberto Samora
Foto: Reuters

"No momento não temos condições de mensurar o tamanho dessa possível quebra. O impacto será bem menor se as chuvas vierem em fevereiro e em março, portanto, são meses decisivos para nós. Estamos aguardando e torcendo por melhores condições climáticas", afirmou o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, em nota.

Segundo o Departamento de Geoprocessamento da cooperativa, o primeiro mês deste ano está sendo comparado ao mesmo período de 2014, quando a falta de chuva e o calor excessivo impactaram a safra daquele ano.

Em janeiro de 2019, tendo como referência a média histórica do departamento da Cooxupé, choveu apenas 47 por cento do esperado no cerrado de Minas Gerais; 43 por cento na média mogiana do Estado de São Paulo; e 41 por cento no Sul de Minas.

A Cooxupé, que atua nas principais áreas produtoras de café arábica do Brasil, afirmou ainda que aquelas três regiões registraram, em média, 43,2 por cento menos chuva do que o normal para o período.

Contudo, após as altas temperaturas e a baixa umidade registradas em janeiro, as chuvas retornam às principais regiões produtoras de café do Brasil em fevereiro, destacou em nota nesta semana o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

"As precipitações e o calor menos intenso nos últimos dias aliviaram, em parte, as condições das lavouras. Entretanto, agentes consultados pelo Cepea, apontam que, em algumas regiões, os volumes de chuvas ainda têm sido insatisfatórios. Assim, cafeicultores devem seguir atentos ao clima nas próximas semanas", acrescentou o Cepea.

Segundo dados do Refinitiv Eikon, as chuvas ficaram acima da média nas principais regiões produtoras de café nos últimos 15 dias. E, para os próximos 15 dias, de acordo com os modelos meteorológicos, as precipitações devem se manter acima da média em boa parte das importantes regiões cafeeiras, especialmente em Minas Gerais, Estado que responde por cerca de metade da produção nacional.

"Chuvas e temperaturas adequadas a partir de agora são de fundamental importância para que o processo de enchimento dos frutos (granação) ocorra de maneira satisfatória, pois é nesta fase que ocorre a definição do peso do fruto", disse o coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos, também no comunicado.

Em meados de janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou que a safra do Brasil deverá alcançar um recorde para anos de bienalidade negativa, com um volume entre 50,48 milhões e 54,48 milhões de sacas. A pesquisa, contudo, não mediu o eventual impacto da seca do mês passado.

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