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Clarida mostra-se mais sensíveis a dados e ainda defende altas de juros pelo Fed

27 nov 2018 - 14h43
(atualizado às 16h43)
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O Federal Reserve deveria ficar ainda mais atento a novos dados econômicos conforme sua postura de altas graduais dos juros se aproxima ainda mais da postura neutra, afirmou nesta terça-feira o vice-chairman do Fed, Richard Clarida.

Sede do Federal Reserve em Washington, D.C.
22/08/2018
REUTERS/Chris Wattie
Sede do Federal Reserve em Washington, D.C. 22/08/2018 REUTERS/Chris Wattie
Foto: Reuters

Em um discurso cuidadoso na esteira de outra queda do mercado, Clarida destacou como é difícil para o banco central dos EUA determinar tanto a taxa de juros neutra quanto o nível máximo de desemprego.

"Esse processo de aprendizado ... à medida que novos dados chegam, corrobora o argumento para a normalização gradual dos juros, já que isso permitirá ao Fed acumular mais informações a partir dos dados sobre o destino final para a taxa de juros", disse ele.

O Fed se estabeleceu em um ciclo trimestral de alta de juros e deve apertar a política monetária novamente. Mas sinais de uma desaceleração no exterior e quase duas semanas de volatilidade nos mercados prejudicaram o cenário econômico norte-americano em que a economia está crescendo bem acima do potencial e o desemprego é o mais baixo desde a década de 1960.

Clarida, que se juntou ao Fed em setembro, disse que o banco central deve ter como objetivo sustentar o crescimento dos EUA e evitar o aumento ou queda da inflação para longe da meta de 2 por cento.

"Nesta fase do ciclo de juros, acredito que será especialmente importante monitorar os dados", disse ele na conferência da Clearing House.

"Os riscos se tornaram mais simétricos e menos voltados para baixo" do que em anos passados, disse ele.

O S&P 500 caiu cerca de 8,5 por cento desde o início de outubro, quando o chairman do Fed, Jerome Powell, usou um tom mais confiante sobre a economia e a necessidade do Fed de evitar o superaquecimento. Powell, Clarida e outras autoridades do Fed adotaram desde então maior cautela, apontando desaceleração na Europa, Japão e China.

Em setembro, membros votantes do Fed estimaram que a taxa de juros "neutra" -que, teoricamente, não iria estimular nem conter a economia- seria de cerca de 3 por cento. Eles também esperavam elevar os juros do atual intervalo de 2,00 a 2,25 por cento para um pouco mais que esse nível no início de 2020, de acordo com estimativas.

Mas alguns investidores e economistas agora questionam se o Fed vai elevar os juros três vezes ou mais em 2019, como planejado, ou interromper o ciclo de aperto em algum momento do primeiro semestre do ano que vem.

Nesta terça-feira, Clarida ofereceu novas pistas:

Ele disse que há uma "variedade de pontos de vista" entre membros votantes do Fed sobre qual é o nível da taxa neutra, e isso é uma "questão de opinião". Clarida estava focado nas expectativas de inflação, entre outros indicadores, e disse que ao mesmo tempo em que ele espera que os preços continuem ancorados na meta, ele presta atenção em sinalizações de que a medida preferida do Fed pode estar "rodando um pouco abaixo de 2 por cento".

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