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China responderá a tarifas dos EUA e resistirá ao protecionismo, diz enviado de Pequim à OMC

22 mar 2018 - 13h24
(atualizado às 17h18)
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A China está preparando uma série de respostas às tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e vai resistir ao protecionismo, mas ainda acredita no diálogo, disse o embaixador de Pequim na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quinta-feira.

Embaixador chinês Zhang Xiangchen em Genebra
22/03/2018
REUTERS/Denis Balibouse
Embaixador chinês Zhang Xiangchen em Genebra 22/03/2018 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

O embaixador Zhang Xiangchen disse que a China está considerando abrir uma reclamação na OMC contra o pacote de tarifas que Trump deve anunciar mais tarde nesta quinta-feira, mas que esta é apenas uma opção.

"Há um direito legítimo para a China fazer isso. Mas eu não excluiria outras opções, porque se a enchente se aproximar, você tem que se proteger para evitá-la", disse ele à Reuters.

O anúncio desta quinta-feira é o primeiro de uma série de restrições comerciais norte-americanas voltadas diretamente à China e destinadas a conter o suposto roubo de tecnologia dos EUA.

O representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, disse na quarta-feira que as tarifas atingiriam o setor de alta tecnologia da China e também poderiam incluir restrições aos investimentos chineses nos Estados Unidos. Outros setores como vestuário também podem ser atingidos.

As políticas comerciais protecionistas de Trump já causaram protestos globais este ano.

Em janeiro, ele impôs tarifas de importação sobre painéis solares e máquinas de lavar e este mês tarifas sobre importações de aço e alumínio, justificadas por uma reivindicação de "segurança nacional" sob uma lei da época da Guerra Fria.

A Europa, o Canadá, o México, a Argentina, a Austrália, o Brasil e a Coreia do Sul obtiveram isenções das tarifas de aço e alumínio, Canadá e México, disse nesta quinta-feira o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer.

Os Estados Unidos esperam que a alegação de segurança nacional tornará as tarifas de aço e alumínio imunes a uma ação na OMC, mas Zhang disse que a OMC não se convenceu de que a medida é "essencial" para a segurança nacional.

"Ninguém viu a lógica essencial de segurança nacional por trás das medidas dos EUA", disse ele. "Mesmo os altos funcionários dos Estados Unidos não conseguem esconder as razões reais."

As tarifas de quinta-feira seriam ainda mais difíceis de serem defendidas, disse Zhang, porque em uma decisão anterior Washington prometeu implantá-las com autorização da OMC.

"O compromisso dos EUA ainda está lá. Mas parece que hoje eles gostariam de ignorá-lo. Esta questão pode ser trazida de volta à OMC e será debatida novamente."

A China e outros membros da OMC também podem retaliar as tarifas de energia solar com suas próprias tarifas sobre produtos americanos, disse Zhang.

"Meus colegas na capital têm preparado essas opções e essa resposta. Nós ainda valorizamos muito o sistema multilateral de comércio, embora haja um sabor de guerra comercial no ar."

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