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China consegue se manter somente com soja da América do Sul no 4º tri, diz analista

16 ago 2019 - 15h27
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As principais compradoras de soja da China conseguem se manter sem os fornecimentos dos Estados Unidos no quarto trimestre e depender das importações provenientes da América do Sul, afirmou nesta sexta-feira um analista chinês ligado ao governo.

Carregamento de soja no Porto de Santos (SP) para exportação à China 
19/05/2015
REUTERS/Paulo Whitaker
Carregamento de soja no Porto de Santos (SP) para exportação à China 19/05/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Os comentários de Zhang Liwei, analista sênior do Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Oleaginosas da China, vêm após o Ministério do Comércio do país ter anunciado no início deste mês que as empresas chinesas pararam de comprar produtos agrícolas norte-americanos, na mais recente escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A China é a maior compradora mundial de soja, adquirindo cerca de 60% da oferta comercializada globalmente. Os EUA são, em geral, o segundo maior fornecedor do país asiático, representando a maior parte das importações pela China no quarto trimestre em todos os anos.

Os processadores chineses interromperam as compras de soja dos EUA no ano passado, depois de Pequim impor tarifas de 25% sobre os grãos, em resposta às taxas norte-americanas.

As companhias estatais, no entanto, adquiriram cerca de 14 milhões de toneladas de soja nos últimos meses, após uma trégua comercial temporária estabelecida no final do ano passado. Novas compras, porém, foram colocadas em risco depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, voltar a elevar as tensões entre os dois países com ameaças de tarifas, no início deste mês.

Falando em uma conferência na cidade chinesa de Harbin, Zhang disse que mesmo que China e EUA não consigam chegar a um acordo comercial nas próximas semanas, "teremos oferta suficiente de soja, já que podemos comprá-la da América do Sul".

Zhang afirmou que vendas das reservas estatais também podem ajudar a aquecer a oferta.

Surtos da mortal peste suína africana na China estão ajudando a reduzir a demanda por soja, acrescentou o analista. No país, a oleaginosa é esmagada e transformada em farelo para a alimentação de porcos e aves.

A China declarou na quinta-feira que sua criação de porcos diminuiu 32% em julho ante igual período do ano anterior. Zhang disse que o declínio continuará no segundo semestre deste ano.

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