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Chefe do Conselho Europeu apresenta plano de recuperação do bloco antes de cúpula tensa

10 jul 2020 - 08h27
(atualizado às 08h33)
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O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ofereceu concessões a países de toda a União Europeia em um plano para o Orçamento de longo prazo e outro para a recuperação econômica do bloco nesta sexta-feira, esperando superar as diferenças entre líderes regionais quando estes se reunirem na semana que vem.

Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel REUTERS/Yves Herman/Pool
Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel REUTERS/Yves Herman/Pool
Foto: Reuters

Michel, que comandará a primeira reunião presencial de líderes da UE desde que os isolamentos pelo coronavírus foram suspensos, propôs um Orçamento menor para o período 2021-27 visando tornar um pacote de estímulo econômico gigantesco mais palatável para países mais poupadores do norte.

Ele propôs um Orçamento de longo prazo de 1,074 trilhão de euros - menos do que o 1,094 trilhão sugerido pela Comissão Europeia - e um fundo de recuperação de 750 bilhões de euros para economias afetadas pela pandemia, sendo dois terços em subsídios e um terço em empréstimos.

"A crise da Covid-19 cria um desafio de proporções históricas para a Europa ", disse Michel em uma coletiva de imprensa.

"Estamos saindo lentamente da crise de saúde aguda. Embora uma vigilância máxima ainda seja exigida pela situação sanitária, a ênfase agora está migrando para a mitigação do dano socioeconômico".

A pandemia de Covid-19 é o mais recente dos grandes desafios das 27 nações da UE, que enfrentaram uma crise de dívida uma década atrás, uma migração em massa caótica e depois o trauma do Brexit.

Alguns líderes até a retrataram como existencial para o bloco, dizendo que este não pode passar a impressão de fracasso agora que o sentimento eurocético cresce em países como a Itália.

A proposta do Orçamento de sete anos é conhecida no jargão de Bruxelas como a "caixa de negociação", uma série complexa de números que cobrem gastos em áreas que vão do apoio à agricultura ao desenvolvimento regional, pesquisa e bolsas de estudo.

Este é o ponto de partida das negociações entre os 27 líderes nacionais quando se encontrarem nos dias 17 e 18 de julho.

Cúpulas da UE que envolvem dinheiro são sempre as mais tensas, e às vezes as barganhas se estendem por um dia ou dois - razão pela qual os líderes muitas vezes preparam uma mala "de quatro camisas" para ir a Bruxelas.

Embora acertar o Orçamento - batizado de Estrutura Financeira Plurianual (MFF) - seja um processo nebuloso, as apostas são altas por causa das somas elevadas envolvidas. Desta vez, as tratativas são ainda mais críticas e complicadas porque os líderes também tentarão combinar o fundo de recuperação e os Estados-membros estão tentando trocar concessões em um por benefícios no outro.

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