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Chefe do BC dos EUA promete subir juro o quanto for necessário para liquidar salto da inflação

17 mai 2022 - 19h11
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O chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, prometeu nesta terça-feira que o Federal Reserve elevará a taxa de juros o mais alto que for necessário para matar um aumento na inflação que, segundo ele, ameaça as fundações da economia.

"O que precisamos ver é a inflação recuando de maneira clara e convincente e vamos continuar insistindo até vermos isso", afirmou Powell em evento do Wall Street Journal. "Se não virmos isso, teremos de considerar agir de forma mais agressiva" para apertar as condições financeiras.

"Alcançar a estabilidade de preços, restaurar a estabilidade de preços é uma necessidade incondicional. Algo que temos que fazer, porque realmente a economia não funciona para os trabalhadores ou para as empresas ou para qualquer pessoa sem estabilidade de preços. É realmente o alicerce da economia."

Reconhecendo a possível "dor" que o controle da inflação pode causar --gerando um crescimento econômico mais lento ou desemprego mais alto--, Powell disse que existem "caminhos" para que a alta dos preços diminua em um ritmo que não resulte em recessão total.

Mas se a inflação não arrefecer, o Fed não hesitará em ajustar os juros até que isso aconteça, disse Powell.

"Se isso envolve ultrapassar níveis amplamente entendidos como 'neutro', não hesitaremos em fazer isso", disse Powell, referindo-se ao patamar de taxa de juro que não estimula nem restringe a atividade econômica. "Vamos até sentir que estamos em um lugar onde podemos dizer 'sim, as condições financeiras estão em um lugar apropriado, vemos a inflação em queda'."

O que vem a seguir --o quanto o banco central subirá os juros e com que rapidez-- depende de como a economia e a inflação evoluem, algo que Powell disse que o Fed avaliará "reunião por reunião, dado por dado".

Powell afirmou que, se o ritmo dos aumentos de preços não diminuir, o banco central --que já elevou sua taxa básica em um total de 0,75 ponto percentual neste ano-- não hesitará em corrigir os juros para níveis mais restritivos.

As vendas no varejo, contratações de trabalhadores e produção manufatureira mostram uma economia que, até agora, não vacila diante de custos de empréstimos mais altos.

"A economia está forte. As finanças dos consumidores estão saudáveis. As empresas estão saudáveis", disse Powell, afirmando que a atual força econômica é uma das razões pelas quais o Fed pode aumentar os custos dos empréstimos e desacelerar o crescimento o suficiente para esfriar a inflação sem causar o tipo de retração dolorosa que o banco central usou no passado para reprimir a escalada dos preços.

Ao mesmo tempo, a guerra na Ucrânia torna alimentos e combustíveis mais caros em todo o mundo, enquanto uma nova rodada de lockdowns contra o coronavírus na China ameaça manter os preços dos produtos manufaturados e insumos industriais em alta.

O Fed tem como meta uma taxa de inflação de 2% ao ano, mas os preços, segundo o indicador preferencial do banco central, sobem em velocidade mais de três vezes esse patamar. Uma inflação muito acelerada pode distorcer o planejamento de famílias e empresas e, mais especificamente em relação ao senso de urgência sentido por Powell e seus colegas do Fed, corroer a capacidade do banco central de mantê-la sob controle.

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