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Centrão pressiona por mudanças que podem reduzir economia com reforma em R$ 150 bi

Grupo informal de partidos quer alterar pontos que podem desidratar ainda mais proposta para a Previdência; relatório da Comissão Especial prevê impacto de R$ 913,4 bilhões em dez anos

14 jun 2019 - 04h10
(atualizado às 09h22)
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BRASÍLIA - Parlamentares dos partidos do Centrão (grupo informal formado por PP, PL, PRB, DEM e Solidariedade) e da oposição ainda pressionam o relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), para fazer novos ajustes no texto antes mesmo da votação na Comissão Especial. Segundo apurou o Estado, as futuras alterações podem retirar mais R$ 150 bilhões dos R$ 913,4 bilhões da economia esperada em dez anos.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, elogiou a retirada das mudanças no benefício de assistência social a idosos (BPC) e da aposentadoria rural, mas as regras de transição e de cálculo não agradaram aos parlamentares do partido. Durante a apresentação do novo texto na Comissão Especial, Siqueira recebeu mensagens de parlamentares do partido criticando esses pontos.

O PSB, que se posicionou contrário ao texto apresentada pelo governo, vai reunir o diretório do partido, nos próximos dias, para avaliar o posicionamento em relação ao parecer apresentado nesta quinta-feira.

Para o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), a regra de transição incluída pelo relator ficou ainda pior do que a apresentada pela equipe para os trabalhadores que estão próximos de se aposentar.

Embora tenha sinalizado para a possibilidade de novas mudanças em seu parecer, o relator evitou comentar a possibilidade de redução da economia prevista de R$ 913,4 bilhões em dez anos. "O processo vai caminhar", limitou-se a responder.

Durante a sessão de apresentação do relatório, a oposição tentou faturar a retirada do texto no BPC, aposentadoria rural e da capitalização. A líder da minoria na Câmara, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que foi uma vitória da articulação política da oposição.

Outros oposicionistas seguiram o mesmo tom. O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), destacou que foram os partidos do Centrão que primeiro se manifestaram contra esses pontos e negociaram as mudanças com o relator.

Já o PSL, do presidente Jair Bolsonaro, também quer modificar o texto apresentado na comissão. O deputado Alexandre Frota (PSL-RJ), coordenador da bancada do PSL na Comissão Especial da reforma, terá uma reunião, na próxima segunda-feira, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Eu esperava mais. Entregamos R$ 1,2 trilhão e ele (o relator) tirou R$ 340 bilhões, porque R$ 50 bilhões é só de imposto (para os bancos)."

Estadão
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