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Cenário externo impõe cautela e dólar sobe 0,68%, aos R$ 3,7333

6 ago 2018 - 18h47
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A cautela dos mercados globais diante dos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China foi determinante nesta segunda-feira, 6, para uma alta generalizada do dólar, que também se refletiu no mercado de câmbio brasileiro. A moeda americana chegou a operar em queda pela manhã, repercutindo o noticiário eleitoral mais animador para os investidores, mas acabou por sucumbir à influência externa e passou a oscilar em alta moderada até o final do dia. No mercado à vista, o dólar fechou cotado a R$ 3,7333, com ganho de 0,68%.

"Os mercados já estão de certa forma acostumados às idas e vindas das disputas entre Estados Unidos e China. Mas desta vez a China parece ter mudado o discurso, mostrando-se disposta a enfrentar uma longa guerra comercial. É um fato novo no conflito, uma vez que os chineses parecem ter desistido de apaziguar a questão", disse Cleber Alessie Machado Neto, operador da Hcommcor corretora.

No fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em seu Twitter que as tarifas contra a China "estão indo muito bem" e nesta segunda o jornal estatal chinês Global Times afirmou em editorial que o governo de Pequim está preparado para uma guerra comercial "prolongada" com os EUA, se preciso. O aumento da tensão entre Washington e Pequim se somou a outras dúvidas no mercado internacional, como as incertezas em torno do Brexit, o que favoreceu uma busca dos investidores por ativos conservadores. Com a fuga do risco, as divisas de países emergentes foram as que mais se desvalorizaram.

O noticiário do final de semana foi intenso, mas essencialmente positivo para Geraldo Alckmin (PSDB), candidato mais bem posicionado nas pesquisas eleitorais entre os presidenciáveis considerados como reformistas. Nos últimos dias, a candidatura do tucano ganhou fôlego com questões importantes, como o apoio dos partidos do Centrão, que vai lhe dar mais tempo na TV, e a definição de Ana Amélia (PP-RS) como vice em sua chapa, que confere a ele maior apelo de campanha no Sul do País. Para completar, a pesquisa Ibope divulgada na última sexta-feira mostrou Alckmin à frente de Jair Bolsonaro (PSL) entre os eleitores paulistas pela primeira vez.

"Ainda há muito pela frente, mas ao mesmo tempo em que Alckmin subiu nas intenções de voto, houve um recuo de Bolsonaro, que pode indicar que ele perdeu fôlego após as últimas entrevistas. A percepção é de que ele não conseguiu se aprofundar em determinados temas. Além disso, a definição de outro militar como vice pode limitar o seu crescimento", disse Machado Neto.

Estadão
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