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Cemig quer vender fatia em Santo Antônio e Light ainda em 2018, dizem executivos

16 mai 2018 - 18h00
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A Cemig vai acelerar seu plano de desinvestimentos agora que resolveu problemas mais urgentes de liquidez, o que deve significar uma conclusão ainda em 2018 de negociações para a venda de sua fatia na hidrelétrica de Santo Antônio e de sua controlada Light, disseram executivos da elétrica em teleconferência com investidores nesta quarta-feira.

Após pergunta de um analista, os executivos da Cemig afirmaram também que o negócio pela Light ainda não foi fechado porque a proposta apresentada pelo ativo até o momento não fez "brilhar os olhos" da companhia.

Eles ressaltaram que, embora a Cemig tenha a firme intenção de sair do negócio, não fará isso dilapidando seu patrimônio, principalmente em um momento em que acontece uma guerra de ofertas pela Eletropaulo, distribuidora responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo.

"As negociações continuam, com uma previsão de conclusão dentro do cronograma esperado, no segundo semestre. Mas acho que a Light tem algo muito positivo, que é esse momento de visibilidade do setor de energia e do setor de distribuição com a Eletropaulo. Esse evento favorece e pode até acelerar nosso processo de venda", disse o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Daniel Faria Costa.

A Cemig é a principal acionista e controladora da Light, com uma fatia de cerca de 36 por cento na empresa, que tem ativos de geração e é responsável pela distribuição na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Mas a companhia ainda tem um acordo com seus sócios na elétrica-- Banco do Brasil, Santander e BV Financeira-- pelo qual se compromete a comprar suas participações caso a Light não seja vendida até novembro deste ano.

Segundo Costa, a Cemig tem recursos para cumprir essa obrigação caso a venda não seja concretizada.

"A Cemig não está na situação (de crise financeira) que estava em dezembro de 2017", garantiu ele.

Existe entre os investidores um receio de que a Light se torne uma estatal caso a Cemig precise exercer a opção de compra da fatia dos sócios, mas segundo os executivos da companhia essa possibilidade não está em cogitação.

Eles disseram que nesse caso a Cemig poderia vender até em bolsa as ações da Light na quantidade mínima suficiente para garantir que a empresa não seja caracterizada como estatal.

Eles também adicionaram que estão avaliando "todas alternativas" para maximizar a geração de valor na venda da elétrica, o que poderia eventualmente até passar por uma cisão dos ativos da geração e distribuição da empresa.

"A gente não tem preconceito", disse um dos executivos da Cemig durante a teleconferência.

SANTO ANTÔNIO

Os executivos da Cemig também afirmaram que a empresa e seus sócios na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, retomaram negociações para tentar fechar a venda de suas fatias no empreendimento a um "grupo chinês".

A chinesa State Power Investment Corporation (SPIC) chegou a apresentar uma oferta pelo ativo no ano passado.

"Essa transação está prevista para ser concluída a negociação até o final do semestre", disse o diretor de Desenvolvimento de Negócios.

A Cemig tem 10 por cento em Santo Antônio de maneira direta e mais uma fatia adicional por meio da SAAG Investimentos, que tem 12,4 por cento do empreendimento. A usina também tem como sócios Odebrecht (18,6 por cento), Furnas, da Eletrobras (39 por cento) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20 por cento).

Os investimentos na hidrelétrica, que é uma das maiores do país, com 3.568 megawatts em capacidade, foram de 20 bilhões de reais.

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