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Cemig diz que venda de ativos tem avançado e atrai forte interesse mesmo com crise

10 jul 2017 - 11h17
(atualizado às 12h26)
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A estatal mineira de energia Cemig tem avançado em seu plano de desinvestimentos, que atrai forte interesse de diversos investidores mesmo em meio à crise política e econômica brasileira, disse nesta sexta-feira o diretor financeiro da companhia, Adézio Lima.

Construção da hidrelétrica de Santo Antônio no rio Madeira, em Porto Velho, Brasil
3/9/2015 REUTERS/Nacho Doce
Construção da hidrelétrica de Santo Antônio no rio Madeira, em Porto Velho, Brasil 3/9/2015 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Em teleconferência com investidores sobre o andamento das vendas de ativos, que visam gerar recursos para reduzir a enorme dívida da elétrica, Lima disse que a Cemig está muito próxima de assinar contrato para a venda de sua fatia na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.

O executivo disse ainda que há uma decisão "irrevogável" da Cemig de vender toda sua participação na Light, que tem ativos de geração e é responsável pela distribuição de eletricidade na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo ele, a Cemig deve decidir em entre 15 e 20 dias como será feita essa venda, se por um processo competitivo ou por meio de um leilão do bloco de controle da companhia na bolsa de valores.

Lima afirmou que a Cemig já teve contato com 14 possíveis interessados na Light e que 12 desses confirmaram o interese, enquanto um deles ainda avalia o negócio.

"Nessa semana e na semana que vem vamos fazer um roadshow mais substantivo com esses possíveis compradores para termos uma avaliação da firmeza desses interesses", explicou.

"Nós acreditamos que o que está mais próximo de virar uma entrada de caixa na companhia é nossa participação em Santo Antônio, e temos uma firmeza muito forte na venda da Light", resumiu Lima.

Ele ressaltou ainda como ativo importante para venda a distribuidora de gás Gasmig, mas ressaltou que provavelmente o negócio envolverá apenas 49 por cento da participação da Cemig na empresa, uma vez que a legislação de Minas Gerais estabelece obrigação de plebiscito para aprovar a venda integral de estatais de gás e energia.

"Sendo bastante objetivo e pragmático, nós queremos vender os 49 por cento, e está evoluindo bastante a elaboração dos editais...Muitos compradores já têm nos visitado", disse.

Ele não descartou a venda integral da Gasmig, mas condicionou o movimento a um cálculo sobre a possibilidade de o negócio ser aprovado num eventual plebiscito. "Podemos chegar a 100 por cento se acharmos que tem ambiente político para fazer."

Lima disse ainda que espera em até 60 dias fechar um negócio para a venda do controle da Renova Energia, onde Cemig e Light têm participação.

Já a fatia da Cemig na transmissora de energia Taesa pode acontecer mais ao final do ano. Segundo Lima, os recursos obtidos com o negócio podem ser utilizados para reduzir dívidas ou para quitar uma obrigação da Cemig de comprar fatias de parceiros na Light.

A Cemig se comprometeu com bancos que são seus sócios na Light a comprar a fatia deles na empresa ainda neste ano ou encontrar outros compradores.

Segundo Lima, a Cemig considera também utilizar dividendos gerados pela própria Light para quitar essa obrigação.

DÍVIDA

A Cemig ainda tem negociado com bancos uma mudança no perfil de sua dívida, devido a elevados vencimentos de curto prazo.

Segundo Lima, a proposta da empresa tem sido bem recebida pela área técnica dos bancos credores.

"Nos próximos 20 dias devemos ter o reperfilamento da dívida, dando fôlego para a companhia, para que ela possa honrar e pagar seus compromisoss no mercado de capitais e crédito", disse.

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