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CCJ: Governo quer apressar leitura de parecer da reforma e mobiliza PSL para chegar cedo à comissão

Líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, afirma que objetivo é concluir votação da Previdência na Comissão em 17 de abril

9 abr 2019 - 12h05
(atualizado às 13h23)
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Brasília - Após o apagão da articulação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na semana passada, o governo traçou uma estratégia de atuação nesta terça-feira, 9, no colegiado, onde o parecer sobre a admissibilidade da reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro será apresentado. A sessão está marcada para começar às 14h30.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o deputado Coronel Armando(PSL-SC) foi escalado para apresentar um requerimento que dispensa a leitura e votação de atas de reuniões anteriores, o que contribui para acelerar o processo até a leitura do parecer pelo relator, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG). Caso contrário, a oposição poderia recorrer a essa manobra protelatória para atrasar os trabalhos.

Coronel Armando, que também é vice-líder do governo na Câmara, chegou às 9h30 e é o primeiro da fila na CCJ. A segunda é a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

"A oposição é muito estruturada. Estamos aprendendo e acertando o passo", disse Armando, sentado à frente da porta da CCJ. "Como dizem os militares, ainda não estamos batendo o bumbo no mesmo pé", reconheceu. Além da estratégia do requerimento, integrantes da liderança do governo e da liderança do PSL ligaram para parlamentares do partido de Bolsonaro para mobilizá-los a comparecerem cedo à CCJ.

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que a base governista na Câmara precisou se reorganizar para garantir uma participação mais efetiva na reunião.

Sem querer dizer quantos votos a proposta pode ter no colegiado, ela disse apenas ter certeza de que será aprovada. "A gente mudou a estratégia até porque vimos que na semana passada a oposição se articulou. A gente tem que levar em consideração que a oposição tem deputados que estão aqui há muito tempo nesta Casa", disse.

Questionada sobre se o erro de estratégia dos governistas na audiência pública que ouviu o ministro da Economia, Paulo Guedes, prejudicou a defesa da reforma, Joice negou. "Paulo Guedes deu um show, foi um leão na semana passada", disse.

Para a deputada, a reunião desta terça será mais tranquila porque terá apenas a apresentação do relatório. "Vai ser jogo jogado", afirmou. Segundo ela, a sessão da semana que vem que discutirá o parecer e poderá votá-lo é que deve esquentar.

Data marcada

Alvo de pressão para ser destituído do posto, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), apareceu na Comissão para conferir in loco os resultados da mobilização para acelerar os trabalhos no colegiado pela reforma da Previdência.

Vitor Hugo disse que a votação está prevista para 17 de abril, mas, se for possível antecipar o início dos trabalhos das discussões, será melhor. Ele disse, porém, que o governo não quer fazer nada "açodado". "O ideal é que votemos até o dia 17, passe logo para segunda fase. O foco grande das discussões se dará na comissão especial", disse.

Alvo de críticas por sua performance no posto, o líder rechaçou qualquer desconfiança do Palácio do Planalto em relação a seu trabalho. Ele disse ainda receber "com tranquilidade" a posição de parlamentares que querem sua substituição.

"Quem me indicou foi o presidente da República, tenho mantido contatos frequentes com ele. Almocei com ele ontem, nos reunimos hoje pela amanhã. Não sinto qualquer indício no presidente da República de quebra de confiança no meu trabalho. Então vou prosseguir a despeito das críticas", avisou.

Atrasos

Mesmo com essa articulação, a previsão é de que a leitura do parecer se inicie efetivamente por volta das 17h. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ideia do relator é preparar três pareceres para ter "cartas na manga", mas a preferência é pelo voto de admissibilidade total da proposta. O governo quer deixar a discussão de mérito para a comissão especial.

Na semana passada, os parlamentares aliados do governo não se articularam e acabaram deixando que a oposição dominasse as primeiras inscrições para inquirir o ministro da Economia, Paulo Guedes. A audiência desaguou numa provocação do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), na reação do ministro e em bate-boca generalizado que pôs fim à sessão.

Estadão
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