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Castello Branco na Petrobrás é indicação de política de preços adequada, dizem analistas

Convite para o economista, ex-diretor do BC e da Vale, comandar a estatal foi antecipado pelo 'Estado' nesta segunda-feira

19 nov 2018 - 10h35
(atualizado às 14h05)
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A divulgação da escolha do economista Roberto Castello Branco para a presidência da Petrobrás é vista por analistas como um sinal positivo na gestão da política de preços de combustíveis. A avaliação é de que o economista, que já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, é um nome com reconhecimento do mercado que pode manter uma política de reajustes de preços equalizada com as oscilações no mercado internacional.

Castello Branco foi convidado para assumir o comando da Petrobrás e aceitou ocupar o cargo. A informação, antecipada nesta segunda-feira, 19, pelo Estado, foi confirmada, por meio de nota, pela assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Castello Branco tem tudo pra fazer um ótimo trabalho. Não vejo risco de intervenções governamentais na política de preços, como já ocorreu no passado. Por tudo o que o (futuro) ministro da Economia (Paulo Guedes) e Roberto Castello Branco pensam, a tendência é que seja a política correta", afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

O futuro presidente da Petrobrás já criticou, em entrevistas, as antigas políticas de conteúdo local e subsídios aos preços locais de combustíveis.

Para Alexandre Póvoa, sócio-fundador da Canepa Asset, o mercado tende a prestar atenção em como deve se portar o governo na questão do subsídio ao preço do diesel. "É preciso esperar para ver como vai ser o desarme do subsídio ao diesel para entender se haverá reação, como houve na greve dos caminhoneiros. É um tema politicamente difícil", diz Póvoa.

Já Pires, da CBIE, considera que o momento pode ser adequado para desarmar o subsídio diante de queda nos preços no mercado internacional. "Isso tende a promover uma transição tranquila para o fim do programa de subsídio", diz ele. O nome de Adriano Pires chegou a ser citado como cotado para o Ministério de Minas e Energia (MME), mas ele nega ter participado de conversas com a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e diz que não recebeu qualquer convite.

Pedro Galdi, da Mirae Asset, destaca que Castello Branco é conhecido entre profissionais do mercado, sobretudo por sua atuação na Vale. "É um nome conhecido no mercado financeiro, com uma carreira importante", diz. Para ele, o novo presidente da Petrobrás tende a continuar com uma fórmula de preços que não necessariamente seja o reajuste diário dos combustíveis, mas que permita a equalização com as cotações internacionais.

Leia a íntegra da nota, divulgada pela assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes:

"O futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, a indicação para a presidência da Petrobrás de Roberto Castello Branco, que aceitou o convite. Economista, com pós-doutorado pela Universidade de Chicago e extensa experiência no setores público e privado, Castello Branco já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobrás e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás. Atualmente é diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas. O atual presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, permanece no comando da estatal até a nomeação do novo presidente."

Estadão
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