Teste: Citroën Cactus Shine brilha com motor de 173 cv
Com uma ótima relação peso/potência de 7 kg/cv e grande vão livre, o SUV francês deixa bons concorrentes na poeira, mas nem tudo é perfeito
O C4 Cactus foi lançado em 2018 com a proposta de ser “um SUV mais habitável”. Na Europa, o Cactus é um hatch elevado; no Brasil é crossover (mistura de SUV com hatch). É compacto por fora, mas grande por dentro.
As duas versões Shine são as únicas que só têm câmbio automático e usam motor flex 1.6 THP (turbo) de 173 cavalos. O quadro de instrumentos todo digital reforça a mudança de paradigma da Citroën, de não mostrar ponteiros para o motorista.
O conjunto ótico dianteiro em três estágios é originário da própria Citroën e permitiu a integração das luzes diurnas (DRL) no logotipo Chevron. Ao lado dos dois faróis de neblina (e também na traseira) existem duas fendas verticais que servem para deixar o carro mais “elevado”.
Apesar de não oferecer tração 4x4, o Cactus turbo traz o sistema Grip Control, que permite ao motorista melhorar a performance do carro em condições de chuva (ou neve), lama e areia.
Na versão Shine 1.6 THP (sem o Pack), o carro não tem alguns equipamentos de auxílio à direção nem os airbags de cortina que vêm na versão Shine Pack (R$ 101.090). Porém, possui airbags laterais. As rodas de liga leve de 17” também têm acabamento diamantado.
O que nós gostamos
- Entre as versões com motor turbo, esta tem o melhor custo/benefício se você não precisa de airbags de cortina.
- O Cactus não lembra em nada o antigo aventureiro Aircross nos porta-objetos, pois no novo Citroën eles são muito bem planejados e eficientes.
- O vão livre do solo (225 mm) é maior que o da grande maioria dos concorrentes. Os ângulos de entrada (22º) e de saída (32º) são bons e distância entre-eixos de 2,600 m é boa para a categoria. O resultado é um carro com bom espaço para as pernas e capaz de enfrentar obstáculos no dia-a-dia.
Item | Conceito |
Nota (0 a 5) |
---|---|---|
Desempenho | muito bom | 4 |
Consumo | bom | 3 |
Segurança | muito bom | 4 |
Conectividade | médio | 2 |
Conforto | bom | 3 |
Pacote de Série | bom | 3.5 |
Usabilidade | bom | 3 |
Veredicto | bom | 3.2 |
- Direção elétrica levíssima e volante com empunhadura mais agradável do que a do C4 Lounge, além de um design exclusivo.
- A tela multimídia de 7” está bem posicionada e é facílima de operar. Tem alguns comandos no volante e botão para volume. O sistema traz conectividade Android e Apple.
- O acabamento dos bancos é caprichado e de bom gosto.
- O motor turbinado de 173 cv proporciona ótimas acelerações e retomadas de velocidades. O câmbio de seis marchas também agrada. Como os melhores esportivos, no modo sequencial as marchas sobem para trás e reduzem para frente, o que é mais intuitivo.
O que pode melhorar
- Para não estragar o design, a Citroën deixou as rodas bem próximas das extremidades. Assim, o porta-malas foi prejudicado e tem apenas 320 litros de volume.
- A ergonomia dos bancos dianteiros deixa a desejar. Mesmo com ajuste de altura e profundidade no volante, é difícil encontrar uma boa posição de dirigir que não provoque dor lombar depois de algum tempo dirigindo.
- Dono de um motor vigoroso, é pena que o Cactus não tenha borboleta no volante para trocas de marcha manuais.
Os números
- Preço: R$ 97.090
- Motor: 1.6 turbo flex
- Potência máxima: 173 cv a 6.000 rpm (e)
- Torque máximo: 240 Nm a 1.400 rpm (g/e)
- Câmbio: 6 marchas AT
- Comprimento: 4,170 m
- Largura: 1,714 m
- Altura: 1,563 m
- Entre-eixos: 2,600 m
- Peso: 1.214 kg
- Pneus: 205/55 R17
- Porta-malas: 320 litros
- Tanque: 55 litros
- 0-100 km/h: 7s3
- Velocidade máxima: 212 km/h
- Consumo cidade: 10,4 km/l (g)
- Consumo estrada: 12,6 km/l (g)
- Emissão de CO2: 119 g/km
-
Modelo avaliado: 2020