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Mercedes W05 a W10, a história do carro hexacampeão da F1

Com seis títulos seguidos na era híbrida, os carros da Mercedes AMG Petronas mostram-se imbatíveis. Conheça a história e os números do hexa

13 out 2019 - 16h54
(atualizado às 21h13)
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Mercedes W08 Hybrid de 2017: doze vitórias.
Mercedes W08 Hybrid de 2017: doze vitórias.
Foto: Divulgação

A Mercedes, definitivamente, não sabe brincar quando se trata de Fórmula 1. Quando ela entra na disputa com carro e motor próprios, o resultado é sempre o mesmo: uma avalanche de vitórias. Foi assim dos anos 1950, está sendo assim nesta década. Com a vitória de Valtteri Bottas e o terceiro lugar de Lewis Hamilton no GP do Japão, a Mercedes AMG Petronas Motorsport garantiu o sexto título consecutivo de construtores para a categoria e o sexto Mundial de Pilotos. Só falta definir se o campeão será Lewis (favorito) ou Valtteri.

Não há mais lugar para amadores na Fórmula 1. A era dos garagistas que faziam grandes carros ficou definitivamente sepultada na história. Hoje, nem mesmo as grandes montadoras de carros conseguem competir com o poderio da Mercedes-AMG. Desde que a Fórmula 1 passou a adotar motores híbridos, em 2014, só deu Mercedes. E sempre com dobradinha carro-piloto. A série imbatível dos carros F1 W05, W06, W07, W08, W09 e W10 começou em 2014, ano do bicampeonato de Lewis Hamilton. 

Mercedes W10 no GP da Austrália: vitória de Valtteri e o hexa.
Mercedes W10 no GP da Austrália: vitória de Valtteri e o hexa.
Foto: Divulgação

Nesse período de seis anos, além dos seis títulos de construtores e de pilotos, os carros Mercedes conseguiram 86 vitórias e 92 pole-positions em 116 grandes prêmios. Um aproveitamento de 74,1% e de 79,3%, respectivamente. Ou, para ficar mais clara a superioridade dos W, três vitórias a cada quatro corridas e quatro poles a cada cinco GPs. Porém, no total, a Mercedes detém 99 vitórias e 109 poles em 206 GPs da Fórmula 1, pois houve duas fases anteriores.

Mercedes W06 Hybrid de 2015: bom também na chuva.
Mercedes W06 Hybrid de 2015: bom também na chuva.
Foto: Divulgação

A história dos Mercedes W

Os carros da Mercedes na Fórmula 1 são sempre batizados com a letra W porque é a sigla de Wagen (carro em alemão). A Mercedes teve três fases com construtor de carros na F1: em 1954/1955 (era Fangio), de 2010 a 2013 (o retorno) e agora, de 2014 a 2019 (era híbrida). Em 1954 e 1955, com os modelos W196s (totalmente carenado) e W196 (com as rodas expostas), Juan Manuel Fangio ganhou oito corridas e Stirling Moss venceu uma, totalizando nove vitórias em 12 provas. A Mercedes só não ostenta oito títulos de campeã mundial de construtores porque esse certame só foi instituído em 1958. A Mercedes se retirou das pistas devido a um acidente nas 24 Horas de Le Mans de 1955, que causou a morte de 84 pessoas, entre elas o piloto Pierre Levegh, que foi tocado por trás pelo carro de Fangio. Ambos pilotavam um Mercedes SL 300.

Mercedes W05 Hybrid de 2014: bicampeonato para Lewis.
Mercedes W05 Hybrid de 2014: bicampeonato para Lewis.
Foto: Divulgação

A Mercedes voltou à Fórmula 1 em 1994, fornecendo motores para a Sauber. No ano seguinte, iniciou uma longa parceria com a McLaren, que durou até 2014, resultando nos títulos de Mika Hakkinen em 1998 e de Lewis Hamilton em 2008. A Mercedes nunca mais parou de fornecer motores. Também foi campeã de motores em 2009, com a equipe Brawn (Jenson Button). Porém, foi no final daquele ano que ocorreu a verdadeira volta. A Mercedes comprou a Brawn e tirou o heptacampeão Michael Schumacher da aposentadoria para desenvolver seu novo carro, o MGP W01, ao lado do jovem Nico Rosberg.

A equipe estreou em 2010 com um carro desenhado por Ross Brawn e Loic Bigois. Três pódios de Rosberg foram os melhores resultados. O MGP W02, do ano seguinte, não conseguiu nenhum pódio. Finalmente, em 2012, veio a primeira vitória, com Rosberg, na China. Mas com um novo time de especialistas à frente do modelo F1 W03 (a partir de então, as siglas passaram a ser esta, na sequência): Bob Bell respondia como diretor técnico, Aldo Costa pela engenharia e Loic Bigois pela aerodinâmica.

Os dois Mercedes W09: onze vitórias, todas de Lewis.
Os dois Mercedes W09: onze vitórias, todas de Lewis.
Foto: Divulgação

Em 2013, com a segunda aposentadoria de Michael, quem chegava à equipe era Lewis. Com a dupla Hamilton/Rosberg, o Mercedes F1 W04 fez oito poles e ganhou três corridas. O motor ainda era um V8. E nunca mais se ouviu um ronco parecido dos GPs. Mas não só Lewis entrava na equipe. Junto com ele chegou o chefão Toto Wolf, um austríaco que detém 30% das ações da equipe Mercedes AMG Petronas. Sua troca da Williams para a Mercedes foi um acontecimento com muitas consequências para a história do esporte a motor.

O "W" imbatível na era híbrida

Tudo mudou a partir de 2014, quando a Fórmula 1 iniciou a era dos motores híbridos. Então, a excelência da Mercedes-AMG em carros modernos falou mais alto. Mas houve uma mudança importante na equipe. O F1 W05 Hybrid foi desenhado por Paddy Lowe (diretor técnico), Aldo Costa (engenheiro) e Mike Elliot (aerodinâmica). Esse trio desenhou também os modelos W06 e W07, conquistando três títulos com Lewis e Nico. Praticamente não houve modificações no regulamento técnico da Fórmula 1 nesse curto período. Com exceção de uma mudança de 3 kg no peso do carro com o piloto (691 para 702 kg) de 2014 para 2015, nos três anos o motor foi um V6 1.6 híbrido com consumo máximo de 100 kg por corrida. Isso, aliás, permanece até hoje.

O diretor técnico Paddy Lowe e o chefão Toto Wolf: essa dupla mudou tudo.
O diretor técnico Paddy Lowe e o chefão Toto Wolf: essa dupla mudou tudo.
Foto: Divulgação

Em 2017, quando houve uma mudança no consumo permitido (de 100 para 105 kg) e no peso carro/piloto (de 702 para 728 kg), a equipe mudou o diretor técnico. Com a saída de Paddy Lowe, Toto Wolf tirou da Ferrari outra fera da engenharia: James Allison. Então, o W08 teve a tripla assinatura de Allison, Costa e Elliot. Nesse ano, os carros ganharam um complemento no nome: EQ Power+. Assim, o carro de 2017 foi o Mercedes F1 W08 EQ Power+. Já o W09 EQ Power+ de 2018 recebeu 5 kg extras, devido à introdução do Halo sobre o cockpit, como medida de segurança. Outra modificação aconteceu em 2019, para o W09 EQ Power+, que passou a ter 743 kg (carro/piloto) e consumo de 110 kg. Nesses anos também houve algumas modificações estéticas, especialmente para a temporada de 2019.

James Allison: diretor técnico da Mercedes nas últimas três temporadas.
James Allison: diretor técnico da Mercedes nas últimas três temporadas.
Foto: Divulgação

Portanto, podemos dizer sem sombra de dúvida que os carros da série W05 a W10 são verdadeiras obras-primas da história da Fórmula 1. Para além da competência do piloto, cada vez mais consistente, os modelos W05, W07, W08 e W09 foram fundamentais para os quatro títulos que Lewis conquistou correndo com os “Silver Arrows” (Flechas-de-Prata, apelido que a própria Mercedes encampou em seus carros de Fórmula 1). Por qualquer ângulo que se analise, os carros dessa série são espetaculares, resistindo aos ataques da Reb Bull e da Ferrari para construir uma das histórias mais vencedoras do esporte a motor.

Mercedes W07: título mundial para Nico Rosberg.
Mercedes W07: título mundial para Nico Rosberg.
Foto: Divulgação

Faltando quatro etapas para o fim do campeonato, resta saber apenas quem terá a honra de levantar o título a bordo do Mercedes F1 W10 EQ Power+: Lewis ou Valtteri.

Lewis tem uma vantagem de 64 pontos (338 a 274), mas Valtteri ainda possui 104 pontos em disputa para tentar uma virada impossível e entrar para a história. Sim, porque vencer um Mundial de Fórmula 1 já coloca qualquer piloto no hall da fama, mas ser campeão com um carro maravilhoso como este Mercedes W10 é uma glória ainda maior. Façam suas apostas no piloto preferido, porque entre os carros o W10 já ganhou.

Guia do Carro
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